Campo. Lugar de muito verde. De várias cores. Cores das hortaliças, dos legumes e frutos. A ‘Reportagem da Semana’ deste domingo, 1º de agosto, dedica atenção ao prato do brasileiro, desde o campo até o alimento nas mesas.

No Brasil, as hortaliças fazem parte do cardápio dos consumidores. Somente no Estado de São Paulo são cultivadas em mais de 42 mil unidades de produção agropecuária, o equivalente a cerca de 20% da produção nacional. São Paulo é também o principal mercado consumidor e absorve 22% do que é produzido.

Dados do IEA (Instituto de Economia Agrícola), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, mostram que a hortaliça, sem dúvida, é a mais popular na mesa do brasileiro. Em 2019, segundo o instituto, foram produzidos 19 milhões de engradados com nove dúzias de alface cada.

Cinco irmãos

Em Rio Claro, os cinco irmãos Botacin acordam cedo e tiram o sustento do que plantam e colhem num sítio, que é praticamente integrado à zona urbana. A família faz parte da quarta geração à frente dos negócios da agricultura e se sustenta com o que produz na terra.

Angélica, Ayrton e Sandra são responsáveis pelo serviço da horta. Rosângela cuida dos pedidos e das entregas e Pâmela é a responsável pela contabilidade. Eles cultivam, em três alqueires, várias espécies de hortaliças como alface, couve, almeirão, cheiro verde, rúcula, chicória, hortelã, salsa, entre outros. A grama verdinha e os espaços bem cuidados mostram que ali existem pessoas que adoram a vida no campo.

No sítio, saem mais de 1,5 mil unidades de hortaliças por dia. O alface é o queridinho de todos. Hoje em dia, os irmãos têm plantado 10 mil pés por semana que, em 30 dias, são colhidos e vendidos em supermercados, casas e na Feira do Produtor Rural.

Para Sandra Botacin de Godoy, assumir os negócios dos bisavós significou dar continuidade a toda uma história construída com muita dedicação e suor. “Um dos segredos é o amor. Todos nós nascemos no sítio e, desde muito pequenos, aprendemos a amar a terra, com o exemplo de nossos antepassados. Nunca quisemos trocar de área, somos todos apaixonados pelo que fazemos”, comentou.

Os irmãos sentiram os impactos da interrupção das atividades econômicas, ocasionada pela pandemia, principalmente nos segmentos de restaurantes e feiras. Para enfrentar a situação, o negócio foi buscar alternativas para comercializar os produtos por meio de delivery e redes sociais.

“Tiro o pedido no dia anterior, carregamos o caminhão para, no outro dia, sair às 5h para entregar. Atendemos, em média, 20 clientes por dia, seja em varejão, supermercados, restaurantes e residências. Tem que gostar muito do que faz. O trabalho é puxado, mas no final, compensa”, citou Rosângela Botacin Bortolin.

Uma oportunidade de aumentar a renda é a Feira do Produtor Rural. Participante desde as primeiras edições, Angélica Botacin Bellan afirmou que é um espaço importante para contatos com novos parceiros e articulações comerciais. Apesar de o retorno da feira ainda não ter trazido todo o público de volta, a dedicação é a de sempre. “Colhemos no dia, levamos lá tudo fresquinho. Vale a pena conferir o nosso estande e também os de todos os parceiros que lá estão”, falou.

‘Há sete anos testei uma receita do meu pai e não parei mais’

Fernanda Spolador Vertini também tem um estande na feira e ficou muito feliz com a oportunidade de voltar a expor seus produtos. “A maioria dos feirantes tira seu sustento de lá e isso me preocupava muito.”

Há sete anos, a autônoma fez um molho de pimenta que era uma receita do seu pai, postou nas redes sociais e, de lá pra cá, não parou mais. “Fui aperfeiçoando e fazendo cursos para poder apresentar um bom produto para meus clientes”, contou ela.

Fernanda tem uma cozinha exclusiva para a produção. Seus produtos são livres de corantes e conservantes artificiais, todos pasteurizados, o que garante uma validade maior, já que os conservantes que utiliza são naturais, à base de açúcar e limão.

Além do molho de pimenta, Fernanda produz geleias de morango, amora, limão siciliano, tangerina, framboesa e outros doces, os de leite ninho, cocada e farofa de soja.

Feira do Produtor Rural

Para os personagens desta edição da ‘Reportagem da Semana’, e para tantos outros que vivem do agro, a retomada, em julho, da tradicional Feira do Produtor Rural, conhecida como Feira do Corujão, é um marco importante. 

Após um tempo com as atividades paralisadas por conta do decreto de isolamento social, voltar a funcionar é o primeiro passo para a volta a alguma normalidade. A Feira do Corujão acontece às terças e sextas-feiras, das 17h30 às 22h, no antigo Espaço Livre da Vila Martins (Rua 3-A, 1115).

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