*Sandra Baldessin
No último dia 24 de maio, o Instituto Tomie Ohtake abriu ao público a exposição “Joan Miró – a força da matéria”. A mostra é patrocinada pela Arteris, administradora de nove concessões rodoviárias, em cinco estados brasileiros, e, também, pelo Bradesco.Tive a oportunidade de, a convite do Jornal Cidade e da Concessionária Arteris, comparecer à pré-abertura da exposição, promovida pela Arteris no dia 22 de maio. Foi uma oportunidade única de visitar a mostra, ouvindo as explanações de Joan Punyet Miró, neto do grande artista espanhol.
Em conversa com Joan Punyet Miró, ele relatou algo de sua experiência com o gênio do avô, as sensações vivenciadas a primeira vez que adentrou o ateliê e, quando me apresentei como escritora, falou brevemente do relacionamento de Miró com a poesia e, em particular, com o poeta brasileiro João Cabral de Melo Neto. Citou que nos degraus da escada que subia ao ateliê de Miró havia livros de poesia surrealista (Lautreàmont, Breton) cujas páginas ele abria aleatoriamente, em busca das trocas poéticas que sempre matizaram sua obra.
Por sua vez, a diretora da Fundação Joan Miró, Rosa María Malet, destacou que essa é a primeira grande mostra do surrealista no Brasil, e que está sendo realizada em parceria com a Fundação Miró, com um orçamento de 5 milhões. Explicou que a exposição conta com algumas obras que nunca foram expostas anteriormente, e que integram o acervo pessoal da família do artista. A mostra conta com 112 obras produzidas entre 1930 e 1980, entre pinturas, esculturas, desenhos e objetos.
Uma conversa com Milena Arthur, coordenadora de comunicação da Centrovias/Arteris, revelou que a empresa tem como prioridade o investimento em cultura, a fim de favorecer a democratização do acesso aos bens culturais e socializar o conhecimento.
A exposição desvela o empenho de Miró no sentido de dissolver as fronteiras entre poesia e pintura, de iluminar com sua arte a representação da realidade, na profunda busca para chegar à coisa em si, à singeleza e complexidade de tudo que se entrega ao olhar de quem contempla.
A obra inimitável de Miró reinventa sua presença no imaginário brasileiro, criando a ocasião de conhecermos melhor esse artista cuja grande marca foi a espontaneidade, “a força das imagens vívidas que resgatava direto de sua mente, dando-lhes um corpo feito de tinta e outros materiais”, como tão bem explicou o seu neto.
A exposição permanecerá em São Paulo até o dia 16 de agosto, e depois segue para Florianópolis, onde estará até 14 de novembro. Para agendar visitas com alunos ou quaisquer outros grupos, pode-se acessar o site do Instituto Tomie Ohtake (www.institutotomieohtake.org.br), ou pelo telefone (11) 2245-1900. O ingresso custa R$10,00, crianças não pagam e às terças-feiras as visitas são inteiramente gratuitas para todos os públicos.
*A colaboradora é escritora e consultora em Comunicação Escrita. E-mail: [email protected]