Favari Filho
A cidade de Rio Claro vem travando um intenso e constante debate desde que o aumento no número de cadeiras na Câmara passou a fazer parte tanto dos acordos políticos, quanto das conversas informais e, de Norte a Sul, rio-clarenses e moradores do município se dividem entre os que acreditam que a medida visa ao aumento de representatividade e aqueles que veem o fato apenas como uma forma de expandir ainda mais a politicagem.
Dando sequência à série de reportagens sobre o assunto, o Jornal Cidade ouviu cidadãos comuns que expuseram o que pensam sobre o fato que gera polêmica na Cidade Azul. Ainda que o tema esteja sendo amplamente divulgado pelo Grupo JC, há uma parcela da população que ainda não tem opinião formada. Entretanto, quer queira quer não, a próxima votação que estipula o aumento acontece no dia 3 de julho, com grande chance de ser aprovada.
“Não sei muito bem em que o aumento de vereadores pode melhorar as nossas vidas de fato, mas espero que olhem mais para a gente, porque depois que ganham as eleições esquecem o povo”, pontuou a aposentada Jacira Sentinela quando questionada sobre o assunto. Já o publicitário Marcelo Cruz diz que ainda não se aprofundou no tema para ter uma opinião definida e que está ponderando. “De início, diria que aumenta as contas da cidade sem qualquer benefício real, porém e ao mesmo tempo, penso que os cidadãos ganhariam maior representatividade. Entretanto, em época de crise, não seria melhor cortar gastos?”, questiona retoricamente.
O cidadão Luiz Jardim tem uma opinião contundente sobre o caso: “Sou radicalmente contra, não creio que resolve aumentar o número de cadeiras, porque vai acumular mais despesas.
O que precisamos é de qualidade e não de quantidade. E com relação à palavra representatividade, vejo que só aparece quando convém. Para os partidos, no momento, é vantagem angariar mais espaço político”, pontua.
Já o físico Dirceu Vollet acredita que seria mais útil pensar uma forma de aumentar a transparência e a cobrança sobre a Câmara, porém entende que isso passa por reformas educacionais, interesses distintos e combate à corrupção. “Sou contra porque vereadores custam caro e, honestamente, não sei se acredito que mereçam o que recebem, nem em termos de salário nem de benefícios, e também acho que deveriam era se preocupar com o bem-estar e o crescimento da cidade”, destaca.
A decisão dos vereadores também não agrada ao médico Luís Eduardo Tancredi, que desacredita que o aumento possa influenciar a diversidade política na Câmara.
“É uma decisão ruim, pois todos que possuem o mínimo de bom-senso sabem que não passa de manobra política. Quais os reais benefícios de fato para a população? Apenas vão conseguir eleger mais indivíduos com menor número de votos. E outra, os grandes partidos, provavelmente, vão continuar dominando”, assevera.