Bombeiros, moradores e voluntários trabalham no local do deslizamento no Morro da Oficina, após a chuva que castigou Petrópolis, na região serrana fluminense – Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

Folhapress

Ao menos 419 pessoas estão desalojadas em razão do forte temporal que atingiu Petrópolis no último domingo (20). No início da madrugada desta segunda (21), a Defesa Civil confirmou cinco mortes em desabamentos no Alto da Serra, na região central e no bairro Valparaíso. Há ao menos duas pessoas desaparecidas.

Os desalojados foram instalados em pontos de apoio nas localidades de Morin, Quitandinha, Amazonas, Vila Felipe, Sargento Boening, São Sebastião, Dr. Thouzet, Alto da Serra, Floresta, Independências e Siméria.

Em duas horas e meia, foram registrados 208 milímetros de água, o que fez a Defesa Civil recomendar que a população se deslocasse para locais seguros, como os 19 pontos de apoio que existem nos bairros.

O maior volume pluviométrico foi registrado no bairro São Sebastião, com 415 milímetros de chuva. Ao menos 95 chamados foram atendidos até a noite de domingo, sendo que a maior parte é por deslizamento.

Entre as áreas mais afetadas pelo temporal de domingo estão Alto da Serra, Vila Felipe e Chácara Flora, regiões que já haviam sido castigadas pelos temporais que devastaram Petrópolis no dia 15 de fevereiro, deixando 233 mortos e quatro desaparecidos.

À época, a cidade recebeu 260 milímetros de chuva, o maior volume desde o início das medições, em 1932. Bairros foram destruídos e famílias inteiras morreram.

Durante as chuvas neste domingo, cruzes em homenagem às vítimas do temporal foram arrastadas pelas chuvas. Os objetos haviam sido fincados na Praça da Águia no último dia 15, quando a tragédia completou um mês.

Em razão das chuvas, a Secretaria de Educação de Petrópolis decidiu suspender as aulas nas escolas e centros de Educação Infantil do 1° Distrito de Petrópolis. A determinação vale tanto para a rede pública quanto para a rede privada. A vacinação contra a Covid também foi paralisada por causa do temporal.

A tempestade de domingo chegou a interromper as buscas voluntárias pelos desaparecidos no desastre.

O marceneiro Leandro da Rocha, 48, que tem liderado essas ações, diz que foi surpreendido quando voltava com três companheiros do rio Quitandinha, que transbordou novamente, deixando o centro da cidade alagado.

“Desceu água tudo de novo, a cidade está submersa. Eu estou ilhado aqui, consegui parar o carro num ponto mais alto. Muita chuva, muita água descendo de novo, coisas sendo carregadas. Estou aguardando isso tudo parar de novo, não sei o que vai ser. É difícil, tudo de novo, só Deus para nos ajudar mesmo”, afirmou.

Em nota, a Defesa Civil Estadual e o Corpo de Bombeiros disseram que estão mobilizados para prevenir e minimizar danos causados pelas chuvas.

“Em Petrópolis, cerca de 150 militares atuam na resposta às ocorrências provocadas pelas chuvas, com apoio das unidades especializadas, incluindo as equipes do Grupamento de Busca e Salvamento, Socorro Florestal e Meio Ambiente, com suporte dos cães farejadores da corporação.”

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