Ednéia Silva
A Guarda Civil Municipal (GCM) fez duas apreensões no domingo (12) de linha de pipa com cerol (mistura de pó de vidro com cola). Essa foi a terceira apreensão em duas semanas. A primeira aconteceu no dia 30 de junho na Vila Martins. No último fim de semana, nova apreensão no mesmo bairro e também no Arco-Íris. As linhas foram recolhidas pela corporação, que orientou os adolescentes sobre o risco de usar o cerol.
A apreensão realizada no dia 30 de junho foi decorrente de flagrante feito durante patrulhamento de rotina na Avenida M-13, na Vila Martins. Os guardas municipais se depararam com jovens soltando pipas com linhas com o cortante. As pipas foram recolhidas, mesmo procedimento adotado nas duas ocorrências do último final de semana.
O comandante da GCM, Wlademir Walter, informa que foi apreendida uma lata com linha chilena, confeccionada com pó de ferro, que tem poder de corte quatro vezes maior que o cerol. Walter conta que os guardas fizeram uma experiência dobrando a linha com cerol dez vezes e mesmo assim ela foi cortada pela linha chilena.
Representantes da Elektro também informaram que a linha chilena é capaz de cortar os cabos energizados da rede de energia, o que representa um risco para quem está soltando a pipa e também para terceiros, que podem morrer eletrocutados. Isso sem contar ciclistas e motociclistas. Além disso, o corte dos cabos interrompe o fornecimento de energia de dezenas, centenas e até milhares de pessoas.
O comandante comenta que, quando os adolescentes são flagrados com linhas com cerol, são apreendidos e levados para a delegacia. Os pais ou responsáveis legais são acionados e têm que assinar termo de responsabilidade. O difícil é fazer o flagra. Segundo Walter, quando a viatura é avistada, eles fogem, deixando para trás as pipas e linhas. Para o comandante, a GCM faz a sua parte, mas os maiores fiscalizadores devem ser os pais, que têm que verificar a brincadeira dos filhos e impedir que eles utilizem qualquer tipo de cortante.
Vale lembrar que existem duas leis no estado que disciplinam o uso e a venda do cerol. A Lei Estadual nº 12.192/2006 proíbe o uso de cerol ou qualquer produto semelhante em linhas de papagaios ou pipas. A multa, em caso de infração, é de cinco Ufesps (Unidades Fiscais do Estado de São Paulo), o que corresponde a R$ 106,25. Além disso, a lei determina que, “quando o infrator for menor, os pais serão, para todos os efeitos, os responsáveis” pela infração. Já a Lei Estadual nº 10.017/1998 proíbe a fabricação e a venda do cerol em todo o estado. A punição varia de advertência, multa e até o fechamento do estabelecimento.