Laura Tesseti
Um vídeo que circulou em uma rede social durante a semana ganhou grande repercussão em Rio Claro e região. Segundo a publicação, uma onça estaria vivendo na Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade.
As imagens rapidamente espalharam-se e um misto de medo e curiosidade tomou conta dos rio-clarenses. Em contato com a Fundação Florestal, que cuida da comunicação da Feena, o vídeo não se trata do Horto. “A Feena é uma Unidade de Conservação (UC) de uso sustentável, área protegida e que oferece suporte a espécies que necessitam de grandes extensões de território para sobreviver, porém, na fauna já registrada nesta UC não há indicativos da presença de onça-pintada.”
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Entre as espécies registradas na Feena estão o veado catingueiro, o porco do mato, a capivara, o gambá, o tamanduá e a paca, além de outros indivíduos não nativos e introduzidos no passado, que se adaptaram ao ambiente da UC, como jacarés, cágados e jabotis. Há registros de felinos como o gato mourisco e um casal de onças-pardas, que utilizam a Unidade como ponto de passagem. Serpentes como a jararaca, a cascavel, a urutu, a coral e a jiboia, além de uma diversidade de aracnídeos e insetos, completam a fauna.
O território utilizado por estes animais é muito extenso e geralmente afastado de locais muito próximos à cidade ou com grande circulação de pessoas. Porém, hábitos como alimentar animais silvestres, descartar indevidamente restos de comida, adentrar mata fechada sem permissão e caçar, acabam atraindo animais e colocando em risco não só estas espécies, como o próprio ser humano.
Para quem visita o local, a notícia é boa. “Com relação à visitação da Unidade de Conservação, informamos que esta nunca foi suspensa. Algumas trilhas têm seu acesso interditado temporariamente devido a ações de manutenção, muitas vezes causadas pela própria natureza, como queda de galhos e árvores.”
Sobre a febre maculosa, embora os riscos sejam pequenos, a gestão da Feena tem tomado várias medidas de prevenção e esclarecimento dos visitantes, visando a diminuir ainda mais os riscos de contaminação.
“Entre as ações, foram instaladas placas em pontos estratégicos que informam sobre o respeito à área de vida das capivaras e os cuidados que devem ser tomados. Foi realizada a roçada do gramado, com o objetivo de diminuir a possibilidade de veiculação de carrapatos. Além disso, os monitores e funcionários informam os grupos organizados e demais visitantes a respeito da doença, seus sintomas, formas de contágio e medidas preventivas, como: dar preferência a roupas claras, evitar a circulação em áreas com risco da ocorrência de carrapatos, como lugares com vegetação alta, locais úmidos e beira de córregos”, explica a Fundação Florestal. Em caso de picada de carrapato e febre, procurar um médico.
Outubro de 2014
Ainda segundo a assessoria, a Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN) realizou um levantamento na Floresta. Os exames em 14 capivaras comprovaram que duas delas foram expostas à bactéria Richettsiarickettsii em algum momento de suas vidas. Esta bactéria do tipo bacilo pode causar a doença infecciosa conhecida como febre maculosa.
“Não existe nenhuma possibilidade de surto da doença na cidade ou mesmo para os frequentadores da Feena, pelos seguintes motivos: não existe a disseminação do agente causador, a Richettsia, entre as capivaras; não existe uma superpopulação de capivaras na Feena ou região e não existe uma superpopulação de carrapatos, agente transmissor da Richettsia”, finaliza.