Desde a última terça-feira (17), as temperaturas tiveram uma mudança brusca devido a uma massa de ar polar que deve persistir até domingo (22). Com mínima de 6,9 graus (registrada na madrugada de quarta) e 4,6 graus (registrada na madrugada de ontem), o rio-clarense sentiu como se já estivesse no inverno (a estação mais fria do ano começa só daqui a um mês).
Essa alteração nos termômetros impacta diretamente no funcionamento do corpo humano e uma grande parcela da população, os idosos, precisa de cuidados redobrados.
“Os idosos são, por natureza, mais frágeis, têm reservas funcionais mais baixas e menor capacidade de regular a temperatura corporal. Com uma imunidade tão baixa, eles podem ter infecções pulmonares sem ter febre. Muitas vezes uma tosse com catarro pode ser sinal de uma pneumonia sem febre. As crises de asma também aumentam principalmente na nossa região pela poluição e poeira fina”, alerta a Drª Soraia Cristiane Cassab Acosta, médica pneumologista.
Em relação a sintomas, a especialista afirma que todos devem ser valorizados. “Tanto a dor de garganta, como a tosse, a falta de ar, o chiado no peito e a febre, principalmente em homens, são alertas. Pode ser só uma gripe? Sim pode ser algo passageiro mas também pode ser uma Covid já que estamos registrando novamente casos ou outra doença. Então tomou um antigripal, pingou um soro no nariz, tomou uma dipirona ou paracetamol, não tem problemas. Porém se em 48 horas o quadro persistir, principalmente com dor nas costas, é importante buscar auxílio. Deixo aqui um alerta, principalmente para quem tem histórico de asma: não tome anti-inflamatórios por conta porque isso piora o quadro. Também não tomem corticoides injetáveis na farmácia, isso pode mascarar um quadro”, relata a médica.
ATENÇÃO
Outro risco é a hipotermia, que acontece quando a temperatura basal fica abaixo dos 35ºC e o corpo não consegue gerar calor. Nos mais jovens, a temperatura corporal fica em torno dos 36,5ºC, enquanto nos idosos 35,5ºC passa a ser considerado normal.
Os sintomas clássicos da hipotermia incluem calafrios, pele fria e pálida, pulsação lenta, dificuldade na respiração e lentidão nos movimentos, mas nem sempre esses sintomas estão presentes no idoso, por isso pode ser mais difícil reconhecer a hipotermia em pessoas mais velhas. O ideal nesses casos é agasalhar e aquecer o idoso e levá-lo imediatamente ao hospital devido ao risco elevado de arritmia. No inverno a incidência de infartos e AVC aumenta justamente por conta das baixas temperaturas.