Carnaval de Rio Claro em 1994; no centro, Armando Meira, de Carlitos. Foto do acervo do Arquivo Público e Histórico de Rio Claro

Rio Claro perdeu uma de suas maiores personalidades quando o assunto é Carnaval. Armando Meira, faleceu na terça-feira (31), foi velado e sepultado nesta quarta-feira (1), no Cemitério Municipal São João Batista. O sepultamento aconteceu às 13h30.

Meira ficou conhecido no carnaval rio-clarense ao desfilar vestido de Charles Chaplin e outras personalidades mundialmente conhecidas. Em 2013, falou ao repórter Adriel Arvolea em uma das edições sobre a festa, produzidas pelo Grupo JC de Comunicação.

“Tudo começou no Carnaval da década de 60, imitando o Jânio Quadros. Parecia-me fisicamente com ele. Tinha cabelo preto e era magro. No corso seguinte, saí de Carlitos. Personagem emblemático, o maior artista de todos os tempos e referência para quem gosta de humorismo. Magro, da dupla o Gordo e Magro, Domador – o urso era meu parceiro Nelson Sartori -, Adolf Hitler, Chacrinha e Mazzaropi foram os personagens mais marcantes que revivi nessa festa popular. No entanto, nunca fui de brincar o Carnaval, muito menos brinquei em clubes. Queria apenas interpretar um personagem e, consequentemente, fazer a alegria das pessoas. Apesar dos personagens cômicos, sou chato, mesmo as pessoas me achando engraçado. Sempre tive boas ideias para o Carnaval, mas pude colocá-las em prática com o apoio do amigo Sartori e do casal Alcides e Norma Sarau, entre tantos outros. Meu último Carnaval foi em 2012, que saí de Carlito pelo Bloco Acadêmicos do Tabajara. Não pretendo mais desfilar, só se for de maca (risos). De tudo isso, fica a saudade e o carinho dos amigos, principalmente do Dr. Lincoln Magalhães, que por meio do Jornal Cidade, sempre buscou me homenagear. Por fim, perguntam-me se ainda tenho um sonho. Digo, sim. Sair fantasiado de borboleta no Carnaval, mas vai que dá uma ventania e terão que me desenroscar do ‘calipal’ da Vila Paulista (risos)!”, disse o artista na época.

No ano de 1994 foi homenageado pela Banda da Esquina do Veneno, sendo a primeira pessoa a receber esse tipo de celebração na cidade.

“Foi a primeira  vez em que homenageamos uma pessoa unicamente, Meira merecia. Todo carnaval saia com uma fantasia diferente, contribuiu muito para a festa da cidade de Rio Claro, era uma pessoa engraçada e sempre contava muitas piadas. Armando Meira possuí muitas passagens significativas na comunidade”, fala Milton Machado Luz, que integrava a Banda do Veneno.

Confira a letra do samba em homenagem a Meira

ARMANDO MEIRA

(homenagem da Banda do Veneno – carnaval 1994)

(O homem que virou placa sem praça)

Milton Machado Luz/João Luiz Zaine

Ensaia, ô ensaia

Ensaia o riso que a BANDA vai passar

Sou da Esquina

Capital da Alegria

Trago o Veneno pra te alegrar

(pintou, pintou)

Na arte do pincel

Na armação de uma folia

A vida dura como ironia ecoou

Ôo

Corpo sem peso

Alma sem mancha

Placa sem praça

Que a magia fez se revelar

Contando piada

Fazendo chacota (eu vou)

Eu vou gargalhar

Visto minha própria alegria

Tiro de LETRA minha fantasia

De Chaplin a Hitler

De Magro a Jânio

Com Elke Maravilha de caipira

Velho Guerreiro, ARMANDO MEIRA

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