Carine Corrêa
Os dados da Secretaria de Segurança Pública referentes a índices criminais dos municípios paulistas do mês de julho foram divulgados nesta semana. Em Rio Claro, o destaque está para nenhuma ocorrência de estupro no mês de julho, depois de registrar pelo menos um caso em todos os meses do ano.
No período de janeiro a julho deste ano, foram 26 ocorrências de estupro contra 12 do ano passado, o que representa um aumento de 116%. Outro índice expressivo é de casos de homicídios dolosos: Rio Claro teve sete assassinatos neste ano até julho, contra 17 no mesmo período do ano passado, uma redução de 59%.
Outros delitos também apresentaram redução no mesmo comparativo: tentativa de homicídio em 6%, lesão corporal dolosa em 16%, roubos gerais 11%, roubo de veículos 22% e furto de veículos 31%. Roubo de carga aumentou em 66%; foram cinco ocorrências neste ano e três no ano passado.
Para uma análise dos índices criminais, a reportagem do Jornal Cidade convidou diferentes frentes que atuam na segurança pública do município. Leia as posições das instituições abaixo:
Polícia Militar
Através do coordenador operacional major Rodrigo Arena, a PM de Rio Claro reforça que continua a realizar os trabalhos no município através de estratégia traçada pela corporação. “Direcionamos nosso patrulhamento com base em quatro fatores, que são os locais onde acontecem o crime, o dia da semana, o horário e o modo de agir do criminoso. A partir de uma análise desses itens, elaboramos nossa estratégia para reduzir os índices criminais da cidade”, enfatiza Arena.
O policial ainda observa o mês de julho, que não apresentou nenhuma ocorrência de estupro. “Todos os meses apresentaram pelo menos um registro. Julho foi o único mês do ano que fugiu desse padrão”, salientou.
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Polícia Civil
Nos anos anteriores a 2009, os crimes relacionados à dignidade sexual eram classificados em dois tipos: estupro e atentado violento ao pudor. Com alteração da lei, as ocorrências de atentado ao pudor também se configuram como estupro.
O delegado seccional Álvaro Santucci Noventa Junior volta a reforçar a alteração da lei em referência ao aumento nas denúncias de estupro. “Hoje em dia apenas constranger a mulher já pode ser caracterizado como estupro, sem a conjunção carnal”, salientou.
Guarda Municipal
O comandante Wladimir Walter, da Guarda Municipal, observa que o aumento no número de estupros pode representar o aumento no número de denúncias. “Sempre que vejo notícias informando o aumento neste tipo de crime, analiso que pode representar o encorajamento das pessoas em denunciar casos de estupro. Com a divulgação da mídia, pode ser que a população tenha adquirido mais informações sobre isso”, avalia o comandante.