Foi celebrado em 1º de outubro o Dia Nacional do Idoso e o Dia Internacional da Terceira Idade. De acordo com o Ministério da Saúde, à medida que as taxas de fertilidade diminuem, a proporção de pessoas com 60 anos ou mais deve triplicar, alcançando cerca de dois bilhões em 2050. Na maioria dos países, o número de pessoas acima dos 80 anos deve quadruplicar para quase 400 milhões.

Atualmente no Brasil, os idosos representam 14,3% da população, ou seja, 29,3 milhões de pessoas. Em 2030, o número de idosos deve superar o de crianças e adolescentes de zero a quatorze anos. Em sete décadas, a média de vida do brasileiro aumentou 30 anos, saindo de 45,4 anos em 1940, para 75,4 anos em 2015. O envelhecimento da população tem impactos importantes na saúde, apontando para a importância da organização da rede de atenção à saúde.

E é exatamente nessa parte que o Residencial Sênior Terça da Serra de Rio Claro trabalha, buscando entregar uma boa convivência e qualidade de vida aos idosos que residem no espaço.

Com esse objetivo, a administração da casa tomou a iniciativa de proporcionar ainda mais bons momentos a esses moradores e levou três deles para assistir a uma partida de basquete no último dia 21 de setembro, quando o Rio Claro Basquete enfrentou o Araraquara e garantiu para o município uma vitória de 77 a 58 em cima dos visitantes, no Ginásio de Esportes Felipe Karam.

Tudo começou com a história de Zezé, como é carinhosamente chamada. Aos 97 anos, Maria José Nobreza Martins contou aos seus amigos e cuidadores que jogara basquete quando nova, pelo Bandeirantes, na época de Felipe Karam. A partir daí, as ideias foram só surgindo.

Caroline Dias, gerontóloga do espaço, conta que, após dona Zezé manifestar a vontade de assistir a uma partida presencialmente, outros idosos abraçaram a ideia.

“Tudo começou realmente com a dona Zezé, ela contou sobre a época em que jogava, que a família sempre praticou esportes e, assim como ela, todos gostam muito das práticas de modo geral, mas elenca sempre o basquete, vôlei, futebol e tênis”, explica.

A profissional relata que a partir daí os trâmites começaram a ser realizados para que os idosos pudessem prestigiar a partida no Ginásio.

“Contamos com o apoio da Guarda, da prefeitura e principalmente da equipe do Rio Claro Basquete, foi muito satisfatório poder entregar essa experiência para eles, depois de tantos anos sem comparecer ao ginásio.”

EXPECTATIVA

O dia foi muito esperado e todos se prepararam para o divertimento. Além de dona Zezé, Neide Maria Gomes, de 83 anos, também apaixonada por esportes, assim como Domingos Padula, de 90, partiram rumo ao Felipe Karam no dia do jogo. Chovia muito, diversos fatores poderiam atrapalhar, mas não, nada tirava a alegria e a expectativa dos torcedores.

Como forma de homenageá-la, dona Zezé foi convidada a entrar em campo carregando a bola do jogo e entregá-la ao juiz, para o início da partida.

“Fiquei muito emocionada, gosto muito de esportes, quando era menina, joguei pelo Bandeirantes, minha família sempre jogou basquete, sempre gostei muito de esportes, de assistir, de praticar”, conta a homenageada.

Ao entrar em quadra, foi anunciada no microfone, com locução e, claro, muito aplaudida ao cumprir sua tarefa: entregar a bola do jogo.

Também apaixonada por esportes, dona Neide Maria Gomes, aos 83 anos, relata que gostou muito da experiência e fala sobre o time do Rio Claro Basquete.

“Eu gostei muito de assistir à partida, vi um menino lá que tomou conta do jogo, era muito bom, desempenhava muito bem seu papel como jogador. Gosto muito de esportes, sempre pratiquei a vida toda, na escola, chegava mais cedo na educação física e ia embora sempre depois, costumava fazer três horários. Depois que completei 60 anos e me mudei para o interior, comecei inclusive a fazer natação”, fala.

Outra figura espirituosa e cheia de alegria que marcou presença nessa aventura foi seu Domingos Padula. Aos 90 anos, dono de uma felicidade incomparável, disse ter muito amor pelo esporte e pelas atividades físicas.

“Eu tenho meu timinho, né, mas não vou contar para vocês. Gosto muito de esportes, futebol, basquete, todos eles. Foi muito bom ter ido até o jogo, fiquei muito contente mesmo”, conta.

Marcelo Leonardo é proprietário da Terça da Serra e explica que, com a pandemia, as atividades externas ficaram complicadas, mas que a ideia é entregar qualidade de vida, boas práticas e, claro, felicidade aos moradores.

“Trabalhamos muito os estímulos na vida dos idosos, tanto os cognitivos quanto os físicos e, durante o tempo de pandemia, acabamos ficando distantes das atividades externas tanto para eles, quanto também em relação aos familiares. E agora, com a melhora desse momento, a pandemia mais tranquila, conseguimos fazer algumas dessas atividades externas, além das muitas que são realizadas aqui dentro. E sair, ter contato com outras pessoas, outras situações, também é um estímulo. Conseguimos levá-los para o jogo e foi uma experiência muito gratificante para todos, tanto para eles, quanto para nós da equipe que estávamos presentes”, finaliza.

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