Novo trabalho do rio-clarense radicado nos EUA, resultado das “jam sessions” com dois jovens músicos durante a pandemia, recebeu medalha de ouro de Latin Jazz do Global Music Awards (foto Dasha Dare/ Divulgação)

Na última conversa da reportagem do Jornal Cidade com Dom Salvador, em 2020, o isolamento forçado trazido pela pandemia da Covid-19 e o luto pelo falecimento da esposa Mariá permeavam os comentários do pianista rio-clarense. O que se observa agora parece ser uma fase de “renascimento”. Aos 84 anos, Salvador da Silva Filho, radicado nos EUA desde 1973, está de volta ao cenário com “Samborium”, lançado em novembro com elogios da crítica e já premiado. Também voltou à rotina das apresentações nas noites de quarta a domingo no The River Café, no Brooklyn, em Nova York, casa onde se apresenta desde junho de 1977.

“A ideia de gravar este álbum surgiu durante a pandemia, tivemos que ficar em casa sem muito o que fazer. Conheci dois músicos maravilhosos, que estavam tocando num Jazz club acompanhando uma ótima cantora, nos tornamos bons amigos e acabamos fazendo algumas jam sessions em minha casa, começando a criar uma nova concepção no samba-jazz. Escolhemos um repertório bem variado, com composições minhas e de outros consagrados americanos, como Thelonious Monk e Billy Strayhor”, explica Dom Salvador.

“Samborium” é uma obra assinada pelo Dom Salvador Trio, grupo formado pelo pianista e compositor com o baixista Gili Lopes e o baterista Graciliano Zambonin, ambos brasileiros e ambos residentes nos EUA. Lançado em edição digital em novembro de 2022 (com previsão de LP no Brasil em fevereiro), o disco traz o samba-jazz para a atualidade sem deixar de lado os elementos de suas origens na década de 1970. Em dezembro, recebeu a medalha de ouro de Latin Jazz do Global Music Awards.

Além do trabalho de divulgação de Samborium, Dom Salvador também voltou a realizar concertos de participação em outros projetos. “Eu continuo tocando no River Café, claro, eu considero o meu segundo lar, também faço festas privadas e outros eventos. Recentemente também fiz um concerto em Los Angeles com o meu Samba Jazz Sexteto”, ou seja, está de volta e com fôlego e criatividade renovados.

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