Junior Oliveira enfeita o andor de Santo Antônio todo ano.

No mês em que se celebram santos populares da Igreja Católica, o JC foi conhecer devotos de São Pedro, São João e Santo Antônio

Localizada na Rua 1, no bairro Jardim Inocoop em Rio Claro, está a Paróquia São Pedro e São Paulo. A comunidade, que tem à frente o padre Jorge Luiz Cardoso Pinheiro, está em festa neste mês de junho, já que na próxima quinta-feira (29) é celebrado o dia destes dois importantes apóstolos.

E foi entre os frequentadores que a reportagem encontrou Lucineia Godoy, 43 anos, que contou ao Jornal Cidade a história de fé e devoção que deu a ela a realização de um dos maiores sonhos: a maternidade. “Eu frequento a comunidade há muito tempo, desde quando era capela. Sou casada há 17 anos e quando completamos 10 anos de matrimônio nada de eu engravidar. Eu e meu marido fizemos muitos exames, mas todos davam normais, sem nenhuma alteração. Procuramos especialistas, tentamos tratamentos e nada. O tempo foi passando e eu me questionava muito por que não dava certo. Até que em março de 2019, durante um grupo de oração aqui na igreja, teve adoração ao Santíssimo, eu estava na frente do altar para São Pedro e São Paulo e eu senti algo muito forte dentro de mim. Fiquei toda arrepiada, algo nunca sentido antes e no começo de abril eu descobri a minha gravidez”, recorda.

Com o resultado positivo veio a expectativa para descobrir o sexo de bebê: “Já tinha feito alguns ultrassons e não foi possível ver se era menino ou menina. Estava envolvida com as festividades de São Pedro e São Paulo no mês de junho daquele ano. Participava dos ensaios para cantar na principal missa e eu me virei para o meu marido e comentei com ele que tinha o desejo que se fosse menino de dar o nome de Pedro em homenagem, e ele concordou. Alguns dias depois da festa fiz o ultrassom e veio a confirmação de que era um menino mesmo e hoje tenho em meus braços meu filho Pedro, que está com três anos. No dia a dia ele é uma criança bem tranquila, mas às vezes é turrão igual São Pedro, que tinha a fama de ser turrão por teimar um pouco com Jesus”, conta a devota.

Lucineia Godoy celebra a maternidade com o filho Pedro.

Já na Vila Martins encontramos a dona de casa Aurora Aparecida Jukoski, 66 anos, que tem uma história muito próxima com São João Batista, santo que comemora seu dia hoje, 24 de junho: “Foram dois grandes milagres que São João operou em minha vida, um quando criança e outro há três anos. Quando eu tinha cinco anos, passei por uma cirurgia nas amídalas e tive uma complicação com hemorragia. Apesar de não estar boa, me deram alta no dia 23 de junho, véspera do dia de São João Batista. Meu pai não estava em casa e minha mãe começou a ver que eu fui piorando, estava com uma febre altíssima. Ela saiu no portão chorando e nisso passou um vizinho e a viu desesperada. Minha mãe contou que estava em casa apenas comigo e que eu estava muito mal. Foi quando ele disse para a minha mãe: “Dona Zula, amanhã é dia de São João Batista. Coloque um pouco de água em um copo, pede para ele a cura e dê três golinhos para sua filha”, relembra com lágrimas nos olhos a entrevistada que afirma que, apesar da pouca idade na época, se lembra de tudo.

A mãe de Aurora, seguindo o conselho do vizinho e com muita fé, colocou água em um copo, pediu a São João Batista o milagre e deu para a filha beber: “Poucas horas depois eu tive uma convulsão e expeli um pedaço de carne preta com muito sangue que estava na garganta. Aquilo foi a minha cura, pois iria se transformar em uma infecção e eu não teria sobrevivido”, afirma.

Aurora Ap. Jukoski, 66 anos.

Já o segundo milagre ocorreu há três anos e foi exatamente também no dia de São João Batista. No andar de cima da residência de Aurora tem uma lavanderia e ela ao descer com um balde de roupa na mão sofreu uma queda: “Fui rolando escada abaixo e eu tenho certeza de que, se não fosse São João Batista que aliviou a minha queda, eu também teria morrido. Foram três costelas quebradas, mas quem vê a altura que eu caí fala que foi um milagre e eu não duvido disso”, finaliza.

Quem já celebrou o seu dia foi Santo Antônio. No dia 13 de junho a capela, que fica na Vila Paulista, ficou cheia o dia todo. A comunidade fez homenagens, agradecimentos e pedidos a um dos santos mais populares do Brasil.

Quem estava emocionado em participar das comemorações por mais um ano era Junior Oliveira, 56 anos. Há pelo menos 15 anos ele é o responsável por enfeitar o andor do santo para a procissão: “Isso para mim é a maior alegria, inclusive as flores sou eu que compro todos os anos. Sou devoto desde criança e lembro que minha mãe, que é da comunidade, me vestia de Santo Antônio. É um santo imediatista. Se você tiver a fé, ele faz o milagre no mesmo dia e isso já aconteceu comigo. Ele não é só um santo casamenteiro, é um santo misericordioso”, afirmou.

Junior também foi o responsável por fazer o jardim da capela e foi neste dia que ele se recorda de uma intercessão de Santo Antônio em sua vida: “Neste dia em que eu estava trabalhando no jardim eu tive uma situação muito chata que aconteceu comigo. E por um minuto eu parei o que estava fazendo e eu sentei na frente da igreja e comecei a conversar com Santo Antônio, abrir meu coração, e aí no mesmo dia eu recebi o pedido, a graça que eu tinha feito a ele. Ele é um santo poderoso e por isso sou muito devoto a ele e participo da comunidade e das festividades todo ano”.

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