Há três décadas, Claudemir Bucioli, ou melhor, sargento Bucioli realizou o sonho de se tornar bombeiro. A conquista da farda veio através de um olhar atento para dentro do quartel em Rio Claro que desde que foi inaugurado fica na Avenida Brasil.

“Eu trabalhava na construção civil como carpinteiro e sempre passava próximo ao quartel e me encantava com os profissionais trabalhando. Eu via a escada Magirus, os bombeiros correndo, praticando atividade física ao redor e com o tempo esse desejo de participar desta rotina foi crescendo dentro de mim”, relembra o sargento.

Depois de ver um anúncio no jornal de que inscrições para o concurso para se tornar um profissional estavam abertas, ele não teve mais dúvida: foi correr atrás do que já corria em suas veias. Neste ano completou 30 anos de um trabalho árduo, que envolve esforço e doação ao próximo. Na trajetória, ocorrências marcantes: uma, logo no início da carreira.

Sargento Bucioli completou em abril 30 anos no Corpo de Bombeiros

“Um incêndio na Vila Velha, uma fábrica de aguardente na Rua 14. Estava no início da minha carreira e trabalhava ainda em Piracicaba e fomos chamados para prestar apoio. Aquele dia foi muito marcante, pois foi uma ocorrência que envolveu muitas equipes. Era muito fogo, altas labaredas se propagando. Tinha visto isso na escola de bombeiros, mas na vida real, na prática é bem diferente”, relata Bucioli.

Em 2012 o sargento cita um outro chamado inesquecível: “Uma ocorrência de dois ônibus que colidiram frontalmente no trecho que dá acesso ao Bonsucesso. Eu estava na primeira equipe que chegou ao local e eram inúmeros feridos. Tivemos ali que prestar os primeiros socorros e ao mesmo tempo organizar tudo até a chegada das equipes de apoio”, diz o sargento.

Parceiro do sargento Bucioli na Prontidão Amarela em Rio Claro encontramos André Luiz de Marcos (soldado De Marcos), 33 anos, e que há quatro integra a corporação. Ser bombeiro não era uma meta, mas o curso da vida mostrou a ele um caminho de que se orgulha e tem muita gratidão hoje: “Eu venho da aviação e entre 2017 e 2018 eu fui trabalhar no Rio de Janeiro e minha esposa acabou engravidando. A distância naquele momento era um empecilho e ela me disse uma frase que me marcou muito: ‘a gente casa para estar junto’ e ela me pediu que eu tentasse uma vida mais próxima e eu não pensei duas vezes. Porém no meu meio de trabalho não tinha emprego na região e eu rapidamente comecei a procurar por concursos e ingressei na carreira militar e nos Bombeiros em 2019. De lá pra cá eu posso dizer que me redescobri”, afirma De Marcos.

Soldado De Marcos começou na aviação e hoje se orgulha de integrar o Corpo de Bombeiros

Se estar no ar era um desafio, o trabalho no dia a dia como bombeiro não fica atrás. Pelo contrário. Rotina somente na hora de ajustar e verificar equipamentos, porque o próximo chamado nunca se sabe: “Na Rodovia Washington Luís teve um caminhão carregado com milho que se desgovernou e caiu 150 metros na serra e o motorista veio a ficar preso nas ferragens. Era um local de difícil acesso, tivemos o apoio do helicóptero Águia e após horas de um incansável trabalho retiramos a vítima com vida. Sem dúvida um momento de muita alegria e honra para mim”, relembra

Neste 2 de julho, essas trajetórias e ocorrências simbolizam um pouco do dia a dia destes profissionais que são verdadeiros heróis da vida real e que celebram seu dia hoje. Histórias de vida diferentes mas com um único propósito: “Não pergunte se somos capazes. Dê-nos a missão. Essa frase sem dúvida marcou o início da minha carreira e levo comigo até hoje”, pontua sargento Bucioli.

“Fazer o bem não tem preço que pague. Ver o olhar de satisfação e agradecimento da vítima que estava precisando da ajuda é sem dúvida algo que me motiva muito e me mantém em pé”, finaliza o soldado De Marcos.

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