Laura Tesseti
Com o intuito de resgatar a autoestima da mulher e reconhecer a importância da cultura afro, os turbantes estão fazendo muitas cabeças por aí.
Segundo Kizie de Paula Aguiar, assessora de integração racial da Prefeitura Municipal de Rio Claro, o uso do turbante é algo muito além da moda. “Usar o turbante, além de valorizar a mulher, é mostrar a representação da cultura do nosso povo, existe um significado muito forte”, fala.
Kizie explica que o turbante protege a cabeça de diversas maneiras. “Quando colocamos o turbante, estamos protegendo e valorizando nossa cabeça, estamos cuidando.”
A assessora de integração racial mostra que a utilização do adereço vai muito além do que apenas “enfeitar”. “Vivemos numa sociedade em que as mulheres negras não são tidas como bonitas pela cor da sua pele, pelas roupas que usam e pelo cabelo que têm, não podemos permitir isso, então buscamos ao máximo a valorização, remetemos a nossa cultura no que vestimos, damos força às nossas vestimentas. O turbante é nossa coroa, somos rainhas e isso merece ser valorizado sempre.”
Dentro da programação anual, Kizie conta que costumam acontecer oficinas de turbantes. “Já fizemos oficinas e o resultado é sempre muito positivo, trabalhamos o resgate dos valores da cultura africana e afro-brasileira.”
RESPEITO
Quando questionada sobre a utilização do turbando por todas as mulheres, a assessora expressa sua opinião. “Acho legal as pessoas se apropriarem sim, utilizar e entender o significado disso, mas não concordo com a exploração, pois é algo que vai muito além da moda.”
OUTUBRO ROSA
Kizie conta que uma parceria com a assessoria da mulher permitiu que uma oficina de turbantes chegasse até mulheres que enfrentam o câncer de mama. “Aproveitamos o mês de outubro, quando é comemorado o Outubro Rosa, e realizamos uma oficina, foi muito produtiva. Atingimos nosso objetivo, que é o resgate da autoestima da mulher, uma das participantes, que havia acabado de receber o diagnóstico, comentou, contente, que não iria usar peruca, mas sim os turbantes, pois sentia-se muito bonita e valorizada”, finalizou.