Maria de Moura Clemente de Sousa, de 63 anos teria tido um Acidente Vascular Cerebral, segundo a família; idosa passou diversas vezes pela Unidade de Pronto Atendimento do Cervezão com fortes dores de cabeça, recebeu medicação e foi liberada
A família de Maria de Moura Clemente de Sousa, de 63 anos sofre sua perda. O falecimento da moradora de Rio Claro aconteceu no sábado (1º) após sofrer um Acidente Vascular Cerebral. A reportagem do JC foi procurada pela família após a idosa passar ao menos sete vezes por atendimento na UPA do bairro Cervezão.
O CASO
Ronaldo Amaro de Moura Sousa, filho de Maria conta como tudo aconteceu. “Numa terça-feira, meu pai me ligou dizendo que minha mãe estava com fortes dores de cabeça, tentamos levá-la, mas foi necessário o Samu. Chegou na UPA, recebeu a medicação e foi liberada. Na quarta pela manhã, minha mãe estava do mesmo jeito e precisou voltar à unidade de atendimento, foi medicada e liberada novamente, mas dessa vez colheu sangue para exame”, conta o filho.
Na parte da noite, o marido de Maria foi até o local para buscar os resultados, mas o exame havia se perdido e no dia seguinte a paciente voltou para refazê-lo.
“Entre idas e vindas, foram ao menos sete vezes na UPA. Já era sexta à noite quando passamos novamente pelo médico e o medicamento não fazia efeito, então foi receitado morfina para minha mãe, as dores de cabeça eram muito fortes”, explica.
A família buscou ajuda na UBS do Wenzel, onde foi encaminhada para UPA e após receber medicamento, novamente foi liberada.
“Na terça-feira conseguimos que ela passasse pelo Cead, mas lá ela já chegou sem conseguir andar. A neurologista que a atendeu encaminhou imediatamente o caso para UPA da 29, onde recebeu cuidados, mas voltou para casa com as limitações, não podendo andar, comer e nem fazer as coisas dela”, conta o filho.
Casada, Maria Moura Clemente de Sousa deixou o marido, dois filhos e quatro netos. Segundo o filho, mais um netinho está a caminho. “Queremos que isso seja divulgado para que as pessoas tenham consciência e possam cuidar melhor dos pacientes. Minha mãe buscou ajuda diversas vezes, encaminhados ela conforme fomos orientados, mas mesmo assim ela não resistiu. Pelas fortes dores de cabeça, acreditamos que o AVC já havia ocorrido desde o início, mas a saúde de RC está precisando de mais atenção”, finalizou o filho.
Procurada, a Fundação Municipal de Saúde lamenta o óbito e se solidariza com a família. “A Fundação esclarece que os atendimentos seguiram os protocolos médicos e que está à disposição da família para eventuais esclarecimentos”, informou.