Mutirão de replantio na Feena completa uma década de ações pelo meio ambiente e busca apoio de novos voluntários

Mutirão de replantio na Feena completa uma década de ações pelo meio ambiente e busca apoio de novos voluntários

Rio Claro, setembro e outubro de 2014. Incêndios e queimadas devastam parte da Floresta Estadual “Edmundo Navarro de Andrade”. Mais de 600 pessoas interessadas em ajudar se manifestam à organização de uma iniciativa popular para um mutirão para fazer o replantio em área de cinco hectares, equivalente a 50 mil metros quadrados, destruída pelas chamas.

Uma década se passou, mas as informações acima mencionadas pelo Jornal Cidade 10 anos atrás continuam quase atualizadas. Os incêndios e as queimadas seguem destruindo a vegetação de áreas da unidade de conservação, a exemplo da ocorrência registrada na última sexta-feira (20), ao mesmo tempo em que o grupo de voluntários que faz replantio de locais atingidos na Feena continua realizando este importante trabalho.

Não há mais centenas de pessoas interessadas nas atividades, mas cerca de duas dezenas de voluntários que se reúnem para voltar àquelas áreas onde o replantio de milhares de árvores está ocorrendo para realizar a manutenção das mudas e árvores que já estão firmes e fortes. Carol Mortari, idealizadora da iniciativa no ano de 2014, já não está mais morando em Rio Claro. Hoje residente de Cavalcante, na Chapada dos Veadeiros, ao norte do Estado de Goiás, Carol acompanha o trabalho que os amigos continuaram.

“Este ano o projeto completa 10 anos, três mil árvores plantadas. A área escolhida era a que sempre tinham incêndios que se alastravam para dentro da Floresta. Desde que o projeto se iniciou não teve mais nenhum foco de incêndio começando por essa área. É um sucesso a longo prazo. O pessoal está a frente do projeto, acontecem os replantios e manutenções, e esforço coletivo para conseguir caminhão-pipa e regar essas mudas em períodos de estiagem, então está sempre precisando de voluntários e recursos”, comenta, pedindo para que aqueles que sentirem o chamado pelo voluntariado que procurem os atuais organizadores.

Como ser voluntário e fazer doações

Projeto

Na época, Carol contou com importante apoio do engenheiro agrônomo Gabriel Castellano, que organizou tecnicamente o projeto para a restauração do chamado Talhão 1R e outras áreas da Floresta Estadual. Após reuniões com a Fundação Florestal, veio a aprovação e autorização da iniciativa que foi iniciada naquela época.

Ao Jornal Cidade, Castellano lembrou do grande incêndio que atingiu parte da madeireira que funciona no arredor da Feena e acabou avançando para a vegetação. “Consumiu talhões dos últimos reflorestamentos. Causou bastante perturbação, chegou às casas do Bela Vista. Juntou a vontade, a força da Carol e a parte mais burocrática, escrevemos o projeto, o Profº Lapola contribuiu, e foi aprovado. O objetivo veio desse incêndio”, recorda.

Os primeiros replantios ocorreram numa região próxima ao estacionamento do antigo Horto. Um tempo depois, Castellano se tornou gestor da Feena e o replantio chegou aos chamados talhões R, onde é realizado até hoje. “Desde que começou não paramos mais, graças também ao professor Marcelo Borba, da Unesp, que hoje é realmente quem faz a organização e está à frente do projeto desde meados de 2019. Hoje continuo doando esforços, ficando de quatro a cinco horas sob o sol com a enxada”, acrescenta.

Início do projeto em 2014

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Voluntários

O professor Borba também destaca essa necessidade de novos voluntários. Hoje o grupo está em média com 20 pessoas, número esse que pode variar conforme a disponibilidade de cada um. “Nós já tivemos durante a pandemia uma vez 70 voluntários, mas o normal é 20, 20 e poucos, e às vezes a gente acha que vai ter vinte e poucos, acaba tendo 10. Quando a gente não aguenta fazer o serviço, a gente faz vaquinha e contrata algum profissional. Esse ano a Prefeitura nos deu um grande apoio roçando a área.

Somente em 2024, no início do ano, foram plantadas ao menos 200 árvores na Floresta, já de 2022 para 2023, cerca de 300. “A gente tem aprendido a plantar, mas ainda tem perdas. De abril para cá a gente fez manutenção, ou seja, a gente vai cortar cipó, molhar com balde. Devido às altíssimas temperaturas que nós tivemos esse ano, e já fizemos essa ação outras vezes, nós fizemos vaquinha e contratamos dois caminhões, um deles agora há 10 dias e o outro há um mês”, explica o voluntário.

As ações surtem efeito e é motivo de comemoração. “Desde que a gente começou a tomar conta dessa área, não tem mais incêndio de grandes proporções. A gente entende que o nosso trabalho, embora muito pequeno, ele ajuda a gente a enfrentar essa situação de emergência climática que a gente está vivendo. Mais importante ainda é preservar e até acelerar o replantio no Horto para que ele seja um pequenino pulmão, mas pelo menos ande na contramão do que estão acontecendo com nossas florestas”, finaliza.

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