Barragem S. Marina, inaugurada este ano em Cordeirópolis

Anúncio do rodízio na ETA 1 reabre debates sobre necessidade de novas estações de tratamento de água e opções como armazenamento em cavas de argila

A estiagem severa que atinge a região de Rio Claro neste ano é motivo de preocupação de especialistas há meses. Segundo o diretor técnico do Daae, Denilson Massaferro Jr., já são cinco meses sem chuvas significativas, o que levou à implantação do rodízio em 40% da cidade desde o último sábado (12).Não há prazo para o fim do rodízio. Segundo o técnico do Daae, é preciso que os rios recebam volume suficiente de chuvas nas chamadas “cabeceiras” ou nascentes, que no caso do Corumbataí começa em Analândia e o Ribeirão Claro no distrito de Ajapi, em Rio Claro.

A escassez também resgata o debate sobre alternativas para aumentar a segurança hídrica para o futuro, com a construção de represas ou uso das cavas de argilas para armazenar água. Vale lembrar que existem dois grandes projetos na área do abastecimento em Rio Claro, a construção de uma nova ETA 1, já que a atual, no Cidade Nova, já apresenta problemas devido ao tempo de operação, e também a construção da ETA 3, para captar água no rio Cabeça. Porém, ainda não existem recursos para custear os projetos.

Ouvintes e internautas também questionam os motivos da cidade ainda não dispor de alternativas para a falta de água, como abertura de poços ou construção de represa/barragem. “Barragem seria para trabalhar nos rios mesmo. O poço artesiano é uma outra conversa. Nós não temos um aquífero que nos ajuda. Por exemplo, o aquífero Guarani não chega até a gente. O nosso é o Tubarão, que é muito mais profundo e tem muito menos água. O poço artesiano precisa de um aquífero bem maior.(…) Poderia ser feito um pouco menor, não para interligar numa ETA, que trata 400, 600 litros por segundo, não teria capacidade. Barragens, tanto no Corumbataí, Ribeirão Claro e também no rio Cabeça seria o ideal, mas é um processo longo, tem toda a questão ambiental e também a questão financeira” explica o diretor técnico.

Uma outra possibilidade, a do armazenamento de água nas cavas de argila, também esbarra nos custos. “Foi cogitado, mas infelizmente a dificuldade de se retirar a água dessas cavas é muito grande, requer muitos recursos, financeiramente não seria viável, a quantidade de água disponível versus o que ia gastar para retirar essa água. Lógico que ajudaria, mas esbarra na questão financeira” alerta Massaferro.