Crise hídrica atinge a cidade de Rio Claro e rodízio de água está sendo necessário para 40% dos bairros atendidos na ETA 1

Primeiro mandato de Gustavo chega a 43,24% de reajustes nas tarifas. No Governo Juninho, aumento foi de 18,94% , sem considerar 2020 por conta da pandemia

O aumento na conta de água e esgoto anunciado há exata uma semana pela Prefeitura de Rio Claro, e que foi completamente ignorado pelos vereadores da Câmara Municipal, entrará em vigor em dezembro deste ano. Desta forma, o novo valor 4,56% mais caro virá na conta que chegará em janeiro, no primeiro ano do segundo mandato do prefeito Gustavo Perissinotto (PSD).

Levantamento do Jornal Cidade aponta que ao longo desta primeira gestão o reajuste na tarifa soma-se em 43,24% no município. Em 2021, na pandemia da Covid-19, o índice reajustado chegou a 14,80%. No ano seguinte em 2022, o valor foi ainda maior, com 16,74%. Já no ano passado, o índice caiu para menos da metade, com 7,14% em 2023. Já neste ano, considera-se 4,56%. Ao longo do Governo Juninho o aumento total foi de 18,94% na gestão (2017: 9,62%; 2018: 2,76%; 2019: 6,56%. Em 2020 não houve reajuste por conta do início da pandemia.

Rio Claro é uma das cidades do interior paulista que é consorciada à Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí – ARES-PCJ, que define, fixa, reajusta e revisa os valores de taxas, tarifas e outras formas de contraprestação dos serviços públicos de saneamento básico nos municípios consorciados.

De acordo com o parecer emitido pela Ares-PCJ, o índice de reajuste proposto de 4,56% busca equilibrar os custos aumentados pelo Departamento Autônomo de Água e Esgoto (Daae). Segundo a Agência, a contribuição para o aumento das tarifas reflete, entre outros fatores, a alta inflacionária e o custo de energia. Também se consideram investimentos em infraestrutura, como a construção de um barracão para armazenagem na sede do Daae.

O novo aumento anunciado acontece em meio a maior crise hídrica já registrada na cidade de Rio Claro. Desde o começo de outubro que o município está sofrendo um rodízio no fornecimento de água para 40% da população residente em bairros atendidos pela ETA 1 (Estação de Tratamento de Água). Os fatos contribuíram para as críticas da população. Na tarifa social, destinado à população com baixa renda, o valor passará a ser de R$ 31,00 na tarifa mínima.

A Ares-PCJ recomendou ao Daae que invista na redução de perdas hídricas e otimize a eficiência operacional. Na cidade, esse índice chega a cerca de 40%. Observou-se pela agência também que algumas ações, como a baixa resolução de não conformidades e a falta de investimento em tecnologias de macromedição que afetaram o desempenho, resultaram em custos adicionais repassados às tarifas.

A Farol JC realizou outro levantamento junto aos dados oficiais publicados pelo consórcio Ares-PCJ com relação às cidades da região que já aplicaram o reajuste também neste ano de 2024. Lembrando que em Rio Claro o aumento que será aplicado em dezembro é de 4,56%. A vizinha Piracicaba anunciou o reajuste no mês de junho com índice de aumento de 2,89%. Já em Limeira, a conta ficou 6,24% mais cara neste ano (por lá o serviço todo de água e esgoto é feito pela BRK). Em Araras, o índice de reajuste é um dos maiores da região, chegando a 16,15%, segundo a Ares-PCJ. Em Araraquara, o aumento foi de 3,88% no último mês de janeiro. Em cidades menores que já aplicaram o reajuste para este ano está Cordeirópolis, com 4,30% de aumento.

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