O vereador Rafael Andreeta (Republicanos) levantou o assunto ontem. Na semana passada, Val Demarchi destacou projeto

Terreno de quase 75 mil metros quadrados e que pode valer milhões seria trocado por quatro áreas menores no Jardim Portugal 

A Câmara Municipal de Rio Claro voltou atrás e não votou na sessão dessa segunda-feira (4) o projeto de lei de autoria do prefeito Gustavo Perissinotto (PSD) que pretende autorizar a permuta de uma área de cerca de 75 mil metros quadrados na região do Jardim Itapuã, na zona sul, em uma das localidades mais caras do município.

Na semana passada, reportagem do JC mostrou que vereadores da oposição como Val Demarchi, Moisés Marques e Rodrigo Guedes votaram contra a proposta e cobraram explicações. O projeto pretende permutar essa área, que segundo estimativas pode valer muito mais do que R$ 2,7 milhões, que foi o valor indicado pela Prefeitura de Rio Claro, em troca de quatro áreas de 300m² cada uma no Jardim Portugal, avaliadas juntas em R$ 855 mil.

Na sessão de ontem (4), o vereador Rafael Andreeta (Republicanos) levantou novamente o assunto destacando a retirada do projeto da votação da ordem do dia pelo presidente José Pereira (PSD) e criticou o regime de urgência da votação da proposta. “Se fizer as contas dá R$ 36,00 o metro quadrado. A gente tem que seguir o regimento, fica todo mundo pedindo comissão conjunta (…) tem que avaliar para não acontecer mais isso, mandaram um projeto torto, errado, cheio de coisas (…)”.

Val Demarchi, que havia iniciado a pressão contra o projeto na semana passada, também se manifestou. “Parabenizo por tirar de pauta para um melhor entendimento e a gente entender o que é que está acontecendo. É o Jardim Itapuã. Um apartamento é R$ 1,4 milhão”, ressalta, acrescentando que em um dos leilões realizados pela Prefeitura foi ofertada outra área próxima a essa em debate de 9,7 mil metros quadrados por R$ 7 milhões. “E esse terreno na frente a R$ 36,00 o metro quadrado. É difícil entender”, criticou.

Rodrigo Guedes (União Brasil), que também votou contra o projeto em primeiro turno, afirmou que a proposta “é um tapa na cara das pessoas que esperam por uma casa ou moradia”. Os vereadores Hernani Leonhardt (MDB) e Geraldo Volutário (MDB) também destacaram a importância de se ter tirado o projeto da pauta, mas o vereador Julio Lopes (PP) foi quem também levantou nova discussão.

“Se diz que tem uma área de APP (área de preservação ambiental) [no terreno], então por que não destaca no projeto e cobra o valor que é para ser feito? Valor justo? Destaca-se só a área que pode ser construída, assim teremos um parâmetro melhor para votar”, disse. Ainda não há um prazo para que o projeto volte ao plenário de forma a ser votado.

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