A vulnerabilidade dos idosos em relação a golpes financeiros tem se mostrado uma preocupação crescente. De acordo com dados do Ministério de Direitos Humanos e Cidadania, até setembro deste ano, foram registrados 74,2 mil casos de violência patrimonial, sendo 35,5 mil contra pessoas idosas. Esse tipo de violência ocorre quando uma pessoa ou instituição se apropria indevidamente do dinheiro ou dos bens do idoso. No total, em 2023, foram contabilizadas 93 mil violações, com 45 mil casos envolvendo idosos.

A Regional Rio Claro do Centro do Professorado Paulista (CPP) frequentemente recebe relatos de associados que foram vítimas de golpes, revelando um cenário alarmante de exploração financeira. Entre os golpes mais comuns relatados estão o do “empréstimo consignado e cartão de crédito”, a “falsa central de atendimento”, o “golpe do motoboy” e o “bilhete premiado”.

Principais golpes que afetam os idosos

  1. Empréstimo consignado e cartão de crédito
    Esse é o golpe mais recorrente. Golpistas, geralmente representando instituições financeiras, ligam insistentemente para os idosos, oferecendo empréstimos consignados ou cartões de crédito. Muitas vezes, o idoso não compreende exatamente os termos e acaba aceitando. Logo após, começam a ocorrer descontos em sua aposentadoria ou benefício. Antes de quitar o primeiro empréstimo, os golpistas voltam a oferecer novas “vantagens”, iludindo os idosos a firmarem outros contratos. Como consequência, grande parte do salário mensal acaba comprometida.

Como se proteger: ao perceber um depósito inesperado na conta bancária, o idoso não deve movimentar o dinheiro. É indicado entrar imediatamente em contato com o banco e o PROCON para relatar o incidente e devolver o valor recebido.

  1. Falsa central de atendimento
    Nesse golpe, os criminosos se passam por funcionários de instituições financeiras, informando que uma compra de valor elevado foi feita no cartão de crédito da vítima. Durante a conversa, pedem que o idoso confirme dados pessoais e bancários, como número do cartão e CPF. Com essas informações, os golpistas conseguem realizar compras e saques em nome da vítima.

Como se proteger: antes de fornecer qualquer informação pessoal, o idoso deve verificar a legitimidade da comunicação. Entrar em contato diretamente com o banco, utilizando números oficiais, é uma maneira segura de confirmar se houve, de fato, alguma movimentação suspeita.

  1. Golpe do motoboy
    Nesse esquema, o criminoso afirma que o cartão de crédito da vítima foi clonado e precisa ser cancelado. Ele solicita os dados pessoais e, em seguida, informa que um motoboy será enviado para recolher o cartão. Com o cartão em mãos e os dados obtidos, os golpistas realizam saques e compras fraudulentas.

Como se proteger: nunca entregue seu cartão a terceiros e não compartilhe informações confidenciais, como senhas, por telefone.

  1. Bilhete premiado
    Um dos golpes mais antigos, o “bilhete premiado” ainda faz vítimas. Nesse caso, o golpista aborda o idoso dizendo que ganhou na loteria, mas, por algum motivo, não pode retirar o prêmio. Ele oferece o bilhete ao idoso em troca de uma quantia em dinheiro. Enganada, a vítima paga o valor e nunca recebe o suposto prêmio.

Como se proteger: prêmios de loteria são pagos diretamente ao portador do bilhete premiado; não existem intermediários.

O que fazer para se prevenir
A proteção contra esses golpes exige atenção e medidas preventivas. Orientações importantes incluem desconfiar de ofertas muito vantajosas, nunca fornecer dados pessoais ou financeiros por telefone e procurar os canais oficiais de bancos ou outras instituições para qualquer verificação.

Idosos, suas famílias e cuidadores devem se manter informados sobre as principais modalidades de golpes para minimizar os riscos e denunciar imediatamente ao banco, PROCON ou à polícia em caso de qualquer suspeita. Golpistas se aproveitam da confiança e da falta de familiaridade dos idosos com tecnologias e produtos financeiros. Informar e conscientizar sobre os riscos é necessário para impedir que mais pessoas sejam lesadas.

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