Antonio Archangelo/Coluna PolítiKa
Foi com surpresa que o empresário suíço Staffan Martendal, que vive em Rio Claro, recebeu a informação de que um balde de pasta de alumínio comercializado pela Aldoro (de sua propriedade) foi aparecer no relatório da Conflict Armament Reserch, que traça a origem de componentes usados em explosivos.
O material foi encontrado entre os utilizados pelo grupo terrorista Estado Islâmico na fabricação de bombas no Iraque e é citado entre mais de 700 componentes, cabos e outros produtos químicos de diferentes países que foram transformados em armas pelo grupo terrorista.
“Fabricamos e vendemos pigmentos metálicos de alumínio e bronze em forma de pó e de pasta para o mundo inteiro. Fiquei surpreso quando a imprensa da França me ligou. Não sabemos o que aconteceu. Seis meses atrás um oficial do Exército ligou perguntando da pasta de alumínio. Eles tinham encontrado um balde na Jordânia. Não tivemos outras informações. De fato exportamos para todo o mundo, temos revendedores na Turquia. Não temos controle depois da venda. Estamos há mais de 20 anos no ramo e somos uma exportadora. Fomos a única empresa citada neste relatório”, disse Staffan em entrevista dada à Coluna.
Na Jordânia, o representante da empresa é a Al-Kinz River For Chemicals Industrial & Commercial. Na Turquia, o nome do distribuidor é a Gultas Kymia.
PESQUISA
A pesquisa mostra que 51 empresas de 20 países diferentes estão envolvidas no fornecimento de substâncias para explosivos, que não podem ser rastreados quando chegam às áreas de conflitos. Treze companhias turcas participam da cadeia de abastecimento do grupo Estado Islâmico. O relatório chama a atenção para o fato de o país funcionar como “ponto de distribuição” dos componentes usados pelos extremistas.