O senador Valdir Raupp (PMDB), aliado do vice-presidente Michel Temer, sugeriu a realização de nova eleição (foto: E. Fiúza/ Ag Brasil)

Antonio Archangelo

O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) propôs, para surpresa dos aliados do vice-presidente Michel Temer (PMDB), na segunda-feira (4), em discurso na tribuna do Senado, que as eleições presidenciais sejam antecipadas de outubro de 2018 para outubro deste ano. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), também defendeu. “Não podemos fechar nenhuma porta”, afirmou presidente do Senado.

Para o cientista político rio-clarense Ítalo Lorenzon, a situação não passa de uma estratégia governista. “Vamos recapitular: se o presidente da República sofre impeachment, seu vice assume até o fim do mandato. Se por acaso o vice também é destituído, quer no mesmo processo quer em outro, duas coisas podem acontecer: se os dois caem nos dois primeiros anos do mandato, ocorrem novas eleições. Se nos dois anos seguintes, o novo presidente é eleito dentre os parlamentares”, lembra Lorenzon.

O senador Valdir Raupp (PMDB), aliado do vice-presidente Michel Temer, sugeriu a realização de nova eleição (foto: E. Fiúza/ Ag Brasil)
O senador Valdir Raupp (PMDB), aliado do vice-presidente Michel Temer, sugeriu a realização de nova eleição (foto: E. Fiúza/ Ag Brasil)

“Por isso, o PT e seus entornos estão focando tanto em denunciar Michel Temer (que, diga-se o que disser, tem menos provas contra si do que Dilma Rousseff) por corrupção agora que evitar o impeachment é praticamente uma impossibilidade numérica. O que eu gostaria de saber é quem, da esquerda, ainda tem condições eleitorais”, comentou à reportagem.

A alternativa de novas eleições também repercutiu na cidade. O prefeito Du Altimari (PMDB) não quis comentar. Já a vice-prefeita Olga Salomão (PT) comentou que “eu defendo a democracia e ratifico a posição já definida pela presidenta Dilma, não à renúncia”.

O deputado estadual Aldo Demarchi comenta que “novas eleições podem até ajudar a superarmos a grave crise política que o país atravessa com reflexos na economia e gerando desemprego. Dividir a responsabilidade com a população talvez seja a saída diante do descrédito dos atuais governantes. Não acredito, porém, na viabilidade dessa proposta ainda este ano, pois será necessário mudar a Constituição”, lembrou o deputado à reportagem.

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