Da Redação

Em vídeo onde foi registrado seu depoimento à Procuradoria da República em Pernambuco, o executivo da Odebrecht, Guilherme Paschoal, afirma que fez repasses do chamado “caixa dois” para campanhas eleitorais de políticos e partido de Rio Claro.

No depoimento que aconteceu em dezembro de 2016,  Paschoal relata  que na época da campanha para as eleições de 2012 era diretor regional do estado de São Paulo na Odebrecht e fez contatos com  o ex-prefeito Du Altimari ( então candidato à reeleição), o ex-prefeito Nevoeiro Junior  (candidato a prefeito)  e  Geraldo Pereira, ex-superintendente do Daae e arrecadador de recursos para o Partido dos Trabalhadores – PT, que teria recebido dinheiro  para a campanha da ex-vice-prefeita Olga Salomão (PT) e para outras candidaturas do partido.

Segundo o depoimento, no total foram repassados  R$ 950 mil para políticos de Rio Claro nas campanhas de 2012 e 2014. No vídeo, Paschoal fala sobre como foram definidos os nomes e valores  (veja a partir  dos seis minutos). Também relata como ficou a relação com o governo municipal após a campanha de 2012 (a partir de 11 minutos e 53 segundos), além dos apelidos de cada político (aos 20 minutos e 30 segundos).

Paschoal também descreve a conversa com Nevoeiro Junior ( (aos 21 minutos e 55 segundos)  e o contato com Geraldo Pereira (aos 27 minutos ). Segundo o executivo, o apelido  “Sabonete “que consta nas planilhas , é referente a Du Altimari, enquanto Nevoeiro Junior recebeu o apelido de “Pirado”.

Vale lembrar que o conteúdo do vídeo se trata de um depoimento dentro da chamada “delação” e que agora é preciso que haja uma investigação para apurar a veracidade das denúncias.

Procurados pela equipe de reportagem do Grupo JC de Comunicação,  os citados por Paschoal respondem:

Nevoeiro Junior

“Em primeiro lugar, não pedi, não recebi, e se alguém recebeu em meu nome, ficou com o dinheiro.  Não devo  nada”.

Du Altimari

A assessoria do ex-prefeito Du Altimari esclarece  que ele e seus advogados estão tomando conhecimento dos fatos. “ Até o presente momento só tivemos acesso às informações divulgadas pela imprensa”.

Olga Salomão

“A propósito da decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin, de determinar a abertura de inquéritos contra dezenas de autoridades, a ex-Vice-Prefeita Olga Salomão afirma:

1) É lamentável que mais uma vez haja a divulgação de inquéritos em que sequer os citados tivessem conhecimento do que são acusados;

2) É uma ação que criminaliza a política no País e um sistema que até recentemente permitia o financiamento empresarial de campanhas eleitorais;

3) Delação não é prova, não servindo, portanto, para a condenação antecipada de qualquer pessoa citada nas investigações.

4) Todos os citados do PT irão provar sua inocência nesse processo”

Geraldo Pereira

Procurado pela reportagem, Pereira não atende às ligações.

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