Matheus Pezzotti
Na última sexta-feira (30), o atirador rio-clarense Filipe Fuzaro, que está em ciclo olímpico, e outros quatro atiradores da equipe de Rio Claro viajaram até o Rio de Janeiro para participar da quarta etapa da Copa Brasil, no Centro Nacional de Tiro Esportivo (CNTE), em Deodoro, local em que serão disputadas as modalidades de tiro nas Olimpíadas de 2016.
No entanto, depararam-se com um fato alarmante, que evidencia o despreparo carioca em sediar as Olimpíadas. Na terceira série de tiros, pelas condições precárias do local, os atiradores da fossa double, após conversa, entraram em consenso e resolveram abandonar a competição.
“Estava um caos. Esse é o lugar que era para ter a melhor estrutura, mas é a pior. Não tem nada lá. Não há sala para descanso dos atletas, local para armazenar a arma, com cartuchos antigos, mal armazenados, com a pólvora úmida. O tiro não estava quebrando os pratos. Diante das condições, conversamos e agora estamos pedindo para a Confederação Brasileira de Tiro Esportivo o ressarcimento pelo deslocamento até o Rio de Janeiro e o cancelamento dessa etapa”, relata Filipe.
Sobre o fato, Luciano Parreira Alves, coordenador do Centro Nacional de Tiro Esportivo, limitou-se a dizer apenas que “condições eles tinham para atirar. Sobre isso, você deve perguntar ao diretor de prova ou ao presidente em exercício da CBTE”.
O presidente em exercício da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo, Durval Balen, afirmou que recebeu na última terça-feira um documento sobre o fato de Érico Fuzaro, outro integrante da equipe rio-clarense, e limitou-se a dizer que aguardará uma resposta da comissão técnica da CBTE para se manifestar. A reportagem do JC tentou, sem sucesso, entrar em contato com Carlos Alberto Costa, diretor técnico da CBTE.
Além de Filipe, integram a equipe rio-clarense na categoria Sênior A Érico Fuzaro, Robson Deschamps, de Florianópolis, e Leonardo Raposo, e pela categoria Sênior C, Danilo Lunardi Scussolino.
Presidente da CBTE fala sobre Copa do Mundo
Não será neste ano que o Complexo de Deodoro, principal legado estrutural dos Jogos Pan-Americanos do Rio 2007, será testado como sede do Tiro Esportivo para os Jogos Olímpicos de 2016.
O bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro havia conquistado o direito de sediar uma das etapas da Copa do Mundo ISSF (Federação Internacional de Tiro Esportivo), mas foi transferida para Tucson, nos Estados Unidos, por falta de recursos para organizar o evento e reformar o Centro Nacional de Tiro Esportivo (CNTE).
“Deodoro não teve ligações com a Copa do Mundo. O evento foi transferido porque não havia verba suficiente para realizar a Copa do Mundo. As benfeitorias que foram construídas foram feitas pelo Ministério do Esporte, que repassou verbas para o Pan-Americano, a CBTE não teve participação nisso”, resume Durval Balen, presidente em exercício da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo.
O Complexo de Deodoro será sede, assim como foi nos Jogos Pan-Americanos de 2007, do tiro esportivo, hipismo, pentatlo moderno, esgrima, eliminatórias de hóquei sobre a grama, tiro com arco e competições de esportes radicais.
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