Adriel Arvolea
Daniel Afonso Scaranello é capitão do 2º Subgrupamento de Bombeiros de Rio Claro, que engloba, ainda, Araras, Leme e Pirassununga. Natural de Campinas, formou-se na Academia de Polícia Militar do Barro Branco, em 1998. Trabalhou no policiamento (infantaria da PM) e Corpo de Bombeiros de São Paulo, com passagens por Piracicaba e Limeira. Promovido a capitão, está desde junho de 2013 em Rio Claro no comando do Subgrupamento. Entrevistado para o Café JC, pelos repórteres Adriel Arvolea e Wagner Gonçalves, faz um diagnóstico do trabalho desenvolvido pela corporação e do projeto de lei que institui contribuição voluntária para um fundo destinado à aquisição de equipamentos mais sofisticados para atendimento das ocorrências.
Jornal Cidade – Primeiramente, qual é o trabalho específico realizado pelo Corpo de Bombeiros na comunidade?
Capitão Scaranello – Atendemos qualquer situação em que a pessoa se veja em apuros, como acidentes de trânsito, incêndios, entre outros. Diferentemente do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), não prestamos atendimento na parte clínica/pré-hospitalar. Digo isso porque muitos confundem os trabalhos prestados pelos Bombeiros e Samu. Vale ressaltar que, quando não estamos atendendo, buscamos atualizar nosso conhecimento por meio dos estudos.
JC – A que se deve a confiança da população, em geral, no Corpo de Bombeiros?
Capitão Scaranello – Enquanto as polícias Militar e Civil estão associadas ao enfrentamento da violência, nós, bombeiros, somos lembrados quanto ao salvamento de vidas. A polícia, também, o faz, mas são situações diferentes no dia a dia. Mas toda essa violência em que nos vemos envolvidos resulta de ações da própria sociedade.
JC – Qual é a estrutura disponível hoje no Posto dos Bombeiros de Rio Claro?
Capitão Scaranello – Contamos com duas viaturas de Resgate; uma autobomba plataforma (incêndios e altura) e caminhão ABS (pequenas ocorrências). São oito homens no enfrentamento das ocorrências no dia a dia. Ocorre que, numa ocorrência mais crítica, o próprio efetivo da área administrativa entra em operação, bem como todas as viaturas.
JC – Esta estrutura é suficiente para atender as ocorrências?
Capitão Scaranello – É suficiente sim, uma vez que são ocorrências de menor vulto no dia a dia. Mas, numa necessidade, tem-se o plano para acionar equipes da nossa região.
JC – A problemática das ocorrências, em Rio Claro, está associada a quais fatores?
Capitão Scaranello – Principalmente à imprudência e negligência dos motoristas. São muitos os resgates de acidentes de trânsito, ainda mais envolvendo motociclistas. Na pressa do cotidiano, ocorrem esses registros.
JC – Trotes telefônicos são frequentes no Corpo de Bombeiros?
Capitão Scaranello – Crianças, pela manhã, e mulheres, à noite, são os que mais passam trotes. Para evitá-los, assim que a Central recebe a ligação, é feita uma triagem, seguindo um protocolo. Às vezes, as pessoas não entendem tantas perguntas que fazemos, mas faz parte do procedimento para saber como devemos agir e, também, evitar o trote.
JC – O senhor defende uma contribuição voluntária, paga pelos munícipes, em prol do trabalho do Corpo de Bombeiros. No que consiste esse projeto?
Capitão Scaranello – Trata-se do pagamento, piso mínimo, de R$ 20,00 ao ano. O munícipe paga se quiser, pois é uma contribuição voluntária. O valor arrecadado será investido na compra de equipamentos top de linha. O que temos é útil nas ocorrências em que atuamos, mas com tecnologia de ponta podemos melhorar ainda mais. O que for arrecadado será gerido pelo Fundo Especial de Bombeiros (Febom). No momento, aguardamos o Executivo enviar o projeto de lei à Câmara para votação.
JC – Deixe uma mensagem aos leitores.
Capitão Scaranello – Que a comunidade se sensibilize com relação à contribuição voluntária. Podem confiar, será um dinheiro bem empregado.