Antonio Archangelo
Entrevista especial do Jornal Cidade traz a visão de um dos organizadores do 21º Campeonato Mundial de Balonismo, que aconteceu em Rio Claro, Emiliano Saran, além da opinião do prefeito Du Altimari sobre o esporte. Confira:
JC – Como se deu a escolha da cidade de Rio Claro para sediar o primeiro mundial de balonismo na América Latina?
Saran – O importante é dizer como se deu o processo do Brasil ser escolhido e consequentemente Rio Claro. A América Latina nunca tinha sediado um Mundial, um esporte que por sua beleza plástica encanta. Mas que desde 1973 é realizado mais na Europa e na Ásia e nunca na América Latina. Tivemos o trabalho de trazê-lo para o Brasil e Rio Claro é uma cidade que tem tradição no balonismo. Os eventos são sempre prestigiados e elogiados. As parcerias com a prefeitura são sempre profícuas e a cidade já tinha recebido evento de balonismo: a Copa Brasil, Brasileiro e a Copa Rio Claro. O clima é bom e as condições de relevo são boas. O detalhe interessante, que mais toca o coração, é que as pessoas recebem muito bem o evento e os competidores. Isso tudo pesa para se trazer o campeonato para o Brasil. Isto fica para a História.
Altimari – Eu não me lembro de ter acontecido um evento internacional aqui no município nos últimos tempos. São 22 países, 59 balões na competição oficial, chegando de 75 a 80 balões que estão participando do evento. A projeção que Rio Claro recebeu na mídia. Você vê a conquista de quantos milhões circularam por conta deste Mundial? Algo em torno de R$ 4 a 5 milhões. Cada pessoa que está aqui está se alimentando, se hospedando e passeando por aí. Ainda temos uma dificuldade grande de hotéis, várias pessoas tiveram que ficar fora da cidade por falta de vaga. A questão hoteleira é primordial para que a cidade receba novos eventos deste porte no futuro. Você vê aquele hotel atrás do Xurunga que estava muito tempo parado e que deve ser retomado, o da Avenida 1 com a Rua 11 e a notícia da vinda de um Ibbis para Rio Claro, que estamos conversando. Quando o Comitê Olímpico Brasileiro esteve em Rio Claro para trazer os Jogos Universitários, não veio para cá porque não tinha esta rede hoteleira. Mas mesmo assim tecnicamente Rio Claro foi apto para receber isso. Rio Claro superou esta deficiência. Um evento que não é simplesmente para os competidores. É um evento para toda cidade. Toda cidade participa. Todos os dias que você passa, você vê a presença de pessoas. Como foi domingo, uma presença intensa de pessoas. E a hora que os balões passam por cima das casas: o acolhimento das pessoas. Tivemos só pautas positivas em relação ao balonismo. Vai ficar marcado para o Brasil: Rio Claro como capital do balonismo. Nem Torres e Boituva vão superar esta marca.
Saran – Muitas pessoas só vão dar conta disso quando terminar: Que ocorreu em Rio Claro o primeiro Campeonato Mundial de Balonismo na América Latina, em julho de 2014, quando as crianças ficaram alegres, equipes de 22 países foram bem acolhidas e bem recebidas. É um marco histórico para a cidade.
JC – O esporte vai ter um “antes” e um “depois” após o Mundial?
Saran – Creio que o Mundial aqui no Brasil é um divisor de águas. E os esportistas com certeza pensam que existirá um balonismo antes e depois. Os balonistas de Rio Claro receberam grande benefício com este valor histórico. As pessoas vão querer voar de balão em Rio Claro. A imagem de Rio Claro vai ficar junto do esporte.
JC – Algumas pessoas criticaram o gasto do poder público, sobretudo da prefeitura, em relação à realização do evento?
Saran – O desconhecimento é uma coisa séria. Vivemos em um momento em que as pessoas deveriam estar mais informadas antes de falar. Quem consegue mensurar o valor histórico do evento na cidade? Quem consegue mensurar o benefício em termo de projeção e publicidade para a cidade? Alguns torcem pela tempestade, outros pelo sol. Eu torço pelo sol.
Altimari – É a turma do jacaré (risos).