Laura Tesseti
É possível existir um lar sem uma criança, mas uma criança não cresce e se desenvolve sem um lar. Este é um dos principais pilares de trabalho das Aldeias Infantis, que trabalha para mudar a realidade de mais de 17 milhões de crianças e adolescentes que vivem em situação de pobreza ou pobreza extrema. Crescem em famílias que não têm acesso a direitos básicos, como alimentação, saúde, saneamento e emprego decente. “Trabalhamos diretamente para mudar essa realidade, por meio de projetos de fortalecimento de famílias, com formação profissional e inserção no mercado de trabalho e proporcionando atividades educativas para crianças e adolescentes”, explica Felipe Mazin, coordenador da unidade que existe na cidade de Rio Claro.
As Aldeias Infantis existem pelo mundo todo e, por meio de licitações, são as responsáveis por cuidar de crianças e adolescentes que de alguma forma são afastadas do lar. “Quem possui o poder de realizar esse afastamento é o Conselho Tutelar e também a Justiça. Quando é feito, essa criança é encaminhada para um lar, onde convive com mais outras crianças e recebe os cuidados de uma mãe social. Temos dez casas assim aqui no município e o número de moradores chega no máximo a dez, para que todos possam conviver em sociedade e também permanecer em um lar com os devidos cuidados. Orfanatos não existem mais, o trabalho que as Aldeias realizam é para cuidar dessa situação e de todos os cuidados necessários para manter a integridade do menor”, explica Mazin,
O coordenador explica ainda que o trabalho funciona de diversas maneiras. “A princípio, após muita conversa, análises de profissionais qualificados envolvidos no processo, os passos a serem seguidos são determinados e começamos o trabalho: realizamos trabalhos semanalmente para o fortalecimento de vínculo familiar, para que essas crianças ou adolescentes voltem para casa ou trabalhamos para a emancipação, dependendo da idade do jovem, ou começamos o processo para tornar esse menor apto para a adoção. O índice de retorno dessas crianças para os lares das Aldeias é muito baixo desde que estamos no município, felizmente”, finaliza.