Profissional comentou sobre os cuidados que usuários de redes sociais devem ter em postagens e como agir em caso de se tornar uma vítima. Assunto é destaque após delegado de Rio Claro receber indenizações por ataques sofridos.

O caso

Quase seis anos após o polêmico caso que repercutiu não só em Rio Claro mas também nacionalmente, o delegado de polícia Dr. Aroldo Cesário Diniz recebeu com exclusividade a reportagem do Jornal Cidade para falar das primeiras sentenças favoráveis e indenizatórias que recebeu ao ser ofendido nas redes sociais.

Na época (21 de fevereiro de 2014), o delegado virou alvo e recebeu centenas de ataques na rede social “Facebook”, após liberar um indivíduo conduzido ao plantão por policiais da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) que estavam no município para dar apoio na área da segurança. “É um dia que eu não tenho o menor prazer em lembrar e que se pudesse eu apagava da minha vida. O que as pessoas precisam entender é que temos seriedade e trabalhamos com responsabilidade e de acordo com a lei. Se naquele momento eu não prendi foi porque não podemos agir com ‘achismos’. Tudo tem que ser muito claro”, afirmou o delegado.

A decisão da autoridade repercutiu na internet e ofensas pessoais, familiares e profissionais ao delegado tiveram início: “Virou uma bola de neve, igual telefone sem fio. Uma pessoa deu início e outras vieram atrás, concordavam e acrescentavam xingamentos. As pessoas se sentiram no direito de apontar o dedo e me condenaram sem ao menos me conhecerem ou conhecerem o caso em questão”, disse Aroldo.

Delegado Aroldo Cesário Diniz

A partir disso, o delegado fez um monitoramento pelo Facebook, selecionou os comentários mais agressivos (aproximadamente 200) e conseguiu rastrear e identificar 70 pessoas: “Foi então que contratei um advogado e disparei os processos de indenização moral porque as pessoas precisam entender que elas têm que ter responsabilidade com o que falam e fazem. Agora condenar publicamente uma autoridade, um profissional sem conhecê-lo, sem embasamento, pode causar danos irreversíveis. Atuo há 33 anos na segurança pública e se tem algo que eu prezo é pelo meu nome e minha profissão”.

Pelo menos 70% dos processos foram julgados e os outros seguem em trâmite. A maioria foi favorável ao delegado, que já chegou até mesmo a receber propostas de parcelamento por parte de autor de comentário para pagamento da indenização: “Eu incentivo quem foi ofendido, quem passou pelo mesmo que eu a procurar a polícia, a Justiça. Dizem que a melhor defesa é o ataque e isso é verdade. Nenhuma função pública é tão avaliada quanto a polícia. A sociedade precisa ser organizada e não inconsequente”, concluiu.

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