Ednéia Silva
Em plena era do dinheiro de plástico, o crediário ainda resiste ao tempo e tem preferência de um de cada dez brasileiros na hora das compras. É o que revela levantamento feito pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) em parceria com o portal de educação “Meu Bolso Feliz”. Um dos atrativos do crediário é o parcelamento estendido em 48 vezes ou mais, dependendo da loja e do valor da compra.
A pesquisa aponta que o crediário é mais usado por consumidores da classe C, que têm menos acesso a cartão de crédito ou cheques, tendo apenas 8% de adesão entre as classes A e B. Segundo o SPC Brasil, tal fato se deve à popularização do cartão de crédito. Enquanto 10% dos brasileiros parcelam as compras pelo carnê ou boleto com frequência, 48% utilizam o cartão de crédito.
Essa modalidade de pagamento oferece maior risco ao estabelecimento, já que os parcelamentos são feitos pela loja ou financeiras. São eles os responsáveis por fazerem a análise cadastral do cliente e avaliarem sua capacidade de pagamento.
O SPC Brasil alerta que, apesar de oferecer juros menores que os do cartão de crédito, o consumidor deve ficar atento às condições de pagamento oferecidas e o valor que a parcela irá consumir do orçamento, para não cair no endividamento.
“No Brasil, as taxas não são ‘tabeladas’ e variam devido a diversos fatores. Portanto, o consumidor deverá ter cautela ao aderir a qualquer modalidade de financiamento. Na fatura do cartão de crédito, deverá estar expressa a taxa de juros que incidirá no período da fatura e na do próximo período”, explica a Fundação Procon-SP.
O superintendente do Procon de Rio Claro, Sérgio Santoro, orienta os compradores a terem cuidado com “as pegadinhas que iludem o consumidor”. A boa e velha pesquisa de preços não pode ser esquecida. Além disso, é importante ficar atento às diversas formas de pagamento.
O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) orienta o consumidor a evitar o parcelamento e realizar a maioria das compras à vista. Além disso, o ideal é contabilizar o orçamento familiar e as contas para controlar a administração das finanças.
Pesquisa divulgada na segunda (18) pelo SPC Brasil revela que Região Sudeste lidera a alta de inadimplência no país. O número de inadimplentes cresceu 5,32% em julho contra 4,42% em junho. O Sudeste também tem a maior parcela de devedores: 40,08%. A previsão dos economistas é que inadimplência continue acelerada até o fim do ano.