Fabíola Cunha
O prédio centenário do Hotel Stein, localizado na Rua 4, esquina com Avenida 8, centro de Rio Claro, estaria com os dias contados, à beira da demolição. A denúncia é do arqueólogo Anselmo Aparecido Selingardi Jr., que tenta preservar o espaço, símbolo de uma era e de construções grandiosas e vistosas no município.
Segundo ele, o prédio foi inaugurado em 1870, contando então 144 anos de existência. Na página Patrimônio Histórico, no Facebook, o arqueólogo descreve o hotel como “muito bem conservado, de valor arquitetônico ambiental, principalmente histórico-cultural”, além de outras características técnicas. O post, publicado no último dia 22, teve centenas de manifestações e compartilhamentos.
Apesar da indignação coletiva, o destino do prédio foi determinado de maneira legal. Consultada, a Prefeitura Municipal de Rio Claro informou, por meio de sua assessoria, que, “em casos de demolição ou grande reforma em edifícios, o município precisa ser comunicado e isso foi feito pelo interessado. A prefeitura orientou o requerente a consultar o Condephaat, órgão responsável por processos de tombamento de patrimônios”, diz a nota.
Já o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) informou ter recebido em 2013 pedido de tombamento para o edifício, mas afirma que “não foram protocoladas informações suficientes sobre o imóvel para que o Conselho pudesse abrir o estudo de tombamento. Por isso, no início deste ano foi enviado um ofício para o requerente do tombamento solicitando mais informações sobre o valor histórico do imóvel, que justificassem seu reconhecimento histórico em nível estadual”.
Apesar do pedido ter sido feito, o processo ainda não havia chegado à etapa de estudo para tombamento, o que garantiria proteção ao imóvel, como explica a assessoria do órgão: “Qualquer intervenção precisa ser aprovada pelo Condephaat. No entanto, neste caso, o Hotel Stein não estava ainda em estudo de tombamento, de forma que as intervenções no imóvel não podem ser vetadas”.
O Condephaat, em nível estadual, pode preservar “bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental ou mesmo afetivo que sejam relevantes para o Estado de São Paulo”.