Morre Rubem Alves, aos 80 anos

Alves estava internado desde o último dia 10
Alves estava internado desde o último dia 10

Morreu neste sábado (19) o escritor Rubem Alves, aos 80 anos. Ele estava internado no  Hospital Centro Médico de Campinas desde o último dia 10 e sofreu uma falência múltipla de órgãos.

Alves tinha 80 anos. Ele nasceu no dia 15 de setembro de 1933 em Dores da Boa Esperança, Minas Gerais, dentro de uma família rica e presbiteriana.

Escritor, psicanalista, teólogo e educador era considerado um dos maiores pensadores contemporâneos da educação no Brasil. Em 1969, um ano após voltar do exílio por conta do recrudescimento da Ditadura Militar, ele começou a lecionar na Faculdade de Filosofia de Rio Claro, onde ficou até 1974, quando foi trabalhar na Unicamp.

Alves era casado com Lidia Nopper Alves e deixa três filhos.

Sesi recebe Orquestra Experimental de Rio Claro

Da Redação

São oferecidas 80 vagas de instrumentos de cordas todos os semestres; há vagas para violino, viola, violoncelo e contrabaixo
São oferecidas 80 vagas de instrumentos de cordas todos os semestres; há vagas para violino, viola, violoncelo e contrabaixo

A Orquestra Experimental, vinculada à Orquestra Sinfônica de Rio Claro, se apresenta nesta sábado (19), às 20h, no Sesi Rio Claro, com entrada gratuita.

No repertório, os destaques são “Abdelazar (Rondó)”, de Henry Purcell, composta especificamente para a chegada do verão de 1695; “Kabalevsky Polca”, de Dmitri Kabalevsky, compositor russo de período contemporâneo, mas que preferiu manter características tradicionais à música; e “Allegro de uma pequena serenata noturna (Eine Kleine Nachtmusic)” de Wolfgang Mozart.

Fundada em 1983, a Orquestra Sinfônica, além das apresentações, presta serviço ao município com o trabalho pedagógico realizado pela Escola Livre de Música “Fábio Marasca”. Com o apoio da Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e através do trabalho de professores, diretoria, alunos e sócios, a OSRC pode abordar um repertório abrangente, importante tanto para o aperfeiçoamento dos instrumentistas quanto para o público.

Os ingressos são limitados e devem ser retirados 1 hora antes do início da apresentação no portão 2 , com validade para até 15 minutos antes do início do concerto. A apresentação deve durar 75 minutos e tem classificação indicativa livre.

O Sesi fica na Avenida M- 29, 441, Jardim Floridiana.

A Escola

A Escola Livre de Música Fábio Marasca, integrada à Orquestra Sinfônica de Rio Claro, está com inscrições abertas para aulas de violino, viola, violoncelo e contrabaixo. A formação é gratuita e os interessados devem ter 12 anos ou mais. As aulas são realizadas às terças-feiras e sextas-feiras, das 8h30 às 10h30, na capela de Santa Clara, na Avenida 2, Jardim Floridiana, em frente ao Sesi. Informações e inscrições na secretaria da igreja matriz Imaculado Coração de Maria, na Rua M-7 nº 624, Jardim Hipódromo – telefone 3527-3112. O aluno não precisa ter experiência e nem os instrumentos.

São oferecidas semestralmente cerca de 80 vagas de instrumentos de cordas. Uma vez matriculado num dos cursos de instrumento da escola, o aluno ainda tem a oportunidade de ter aulas de teoria, prática de orquestra e aulas individuais de instrumento para um desenvolvimento completo. Na sua história, há alunos que hoje estão em orquestras e grupos no país.

Crianças são vítimas de maus-tratos

Da Redação

A Polícia Militar de Rio Claro registrou ocorrência de maus-tratos no início da madrugada de sábado (19) na Rua 16, no bairro Terra Nova. As vítimas foram três crianças, de 9 anos, 5 e 2, abandonadas na residência em condição precária.

Segundo relato da mãe de 29 anos, funcionária de empresa de transporte, ela saiu para trabalhar na sexta-feira (18) e deixou seus filhos com o pai. A Polícia Militar recebeu denúncia anônima que o pai havia saído de casa para fazer uso de drogas e a garota de 9 anos e seus irmãos menores ficaram sozinhos na residência.

Ao chegar na residência, a Polícia Militar encontrou a porta da frente aberta e cachorro ao lado. As crianças estavam sem chinelos e com medo. Através de informação da criança de 9 anos, os PMs localizaram a mãe no emprego.

O pai de 34 anos compareceu na delegacia no plantão policial e aparentava estar embriagado, ele tem passagens nos meios policiais pelos artigos 16 (porte de entorpecente) e 157 (roubo) da Lei do Código Penal.

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Decisão de 2011 obriga prefeitura a obter alvará de Bombeiros

Antonio Archangelo

Na imagem de arquivo, jornalistas entraram no canteiro de obras do museu, destruído por incêndio em 2010
Na imagem de arquivo, jornalistas entraram no canteiro de obras do museu, destruído por incêndio em 2010

Com previsão de ser entregue em 2015, cinco anos depois do incêndio que danificou parte da estrutura do casarão, as obras do Museu Histórico e Pedagógico “Amador Bueno da Veiga” motivaram decisão, em primeira instância, em 2011, que obriga a prefeitura a providenciar guarda e alvará de Corpo de Bombeiros para resguardar os imóveis históricos, tombados ou não, do município.

Em grau de recurso, a decisão proferida no dia 22 de novembro de 2011, pelo juiz substituto José Alfredo de Andrade, acatou os argumentos do Ministério Público, que instaurou Ação Civil Pública para apurar o incêndio que destruiu o museu em 2010.

Na ação julgada procedente, o MP visou compelir a municipalidade a renovar anualmente o alvará do Corpo de Bombeiros de todo o patrimônio cultural do município; além de garantir segurança permanente a esse patrimônio, exercer vistorias e fiscalizações anuais; e reconstruir integralmente o Museu Histórico e Pedagógico Amador Bueno da Veiga, conhecido como “Sobrado da Baronesa de Dourados”, observando-se as características arquitetônicas originais, no prazo de 1 ano, sob pena de multa diária.

A municipalidade defendeu-se, alegando que já vem adotando as providências extrajudiciais necessárias para a reconstrução do edifício incendiado e que os demais imóveis componentes da municipalidade têm sua segurança garantida pela administração pública municipal, mediante ininterrupta vigilância.

“Por mais respeitáveis que possam ser os argumentos defensivos, entendo que a pretensão exordial merece ser acolhida. Restou incontroverso nos autos que na madrugada do dia 21.06.2010 um incêndio destruiu o prédio do Museu Histórico e Pedagógico Amador Bueno da Veiga, conhecido como “Sobrado da Baronesa de Dourados”, localizado na confluência da Avenida 2 com a Rua 7”, decidiu. Consultada, se estaria acolhendo a decisão, a prefeitura não se manifestou.

Água transborda na Fonte do Índio e provoca reclamações

Da Redação

Fonte do Índio, ao lado da Avenida 3, no Jardim Público
Fonte do Índio, ao lado da Avenida 3, no Jardim Público

A Fonte do Índio, ao lado da Avenida 3, chamou a atenção dos frequentadores do Jardim Público nessa sexta-feira, 18 de julho. Segundo informado à redação do JC, o motivo teria sido a água que estaria transbordando da escultura situada em um dos cartões-postais do município.

Sobre esse fato, a Prefeitura de Rio Claro foi consultada e justificou que enviaria um técnico para verificar o motivo do vazamento. “A Secretaria de Obras, que faz a manutenção na área interna do Jardim Público, está enviando técnico à Fonte do Índio para verificar o problema que provocou o transbordamento de água”, encaminhou em nota.

Questionada sobre as medidas adotadas para economizar água nas repartições e áreas públicas durante períodos de estiagem, a administração municipal informou que “nas repartições públicas municipais a orientação geral, independente do período ser de estiagem ou de chuva, é para se fazer uso racional da água e evitar o desperdício”.

Crise

As reclamações sobre o vazamento de água foram motivadas principalmente pelo atual período de estiagem. De janeiro a junho deste ano, o volume pluviométrico registrado no município foi de apenas 405,8 milímetros, 50% menos que no mesmo período do ano passado, quando choveu 902,4 milímetros. Foi o primeiro semestre mais seco dos últimos 20 anos. A estiagem prolongada baixou a vazão do Rio Corumbataí em 40%.

Velo retoma reuniões em busca de parceria

Matheus Pezzotti

Rubro-Verde terminou a série A-2 deste ano na sétima colocação, com 28 pontos somados
Rubro-Verde terminou a série A-2 deste ano na sétima colocação, com 28 pontos somados

A Copa do Mundo já terminou e, como havia dito, o presidente do Velo Clube, Adalberto Irineu Borges, retomou as conversas em busca de uma parceria para o clube para, a princípio, disputar a série A-2 do próximo ano.

A busca por um novo parceiro deve-se ao fato de o investidor máster, João Marcondelli, ter anunciado sua saída ao término da série A-2 deste ano, mas por enquanto a situação segue apenas em reuniões e troca de informações, sendo a última realizada na quinta-feira (17).

“Alguns responderam, outros não. Tive uma reunião na quinta-feira com um representante de um novo grupo, sendo duas pessoas daqui de Rio Claro que representam um empresário no Brasil. Mandei as informações para ele e vamos agendar uma nova conversa”, afirma Borges.

Na próxima quarta-feira (23), uma nova reunião com outro grupo, primeiro que iniciou as conversas antes do Mundial. “Tivemos um contato antes da Copa. Este grupo inicialmente estava interessado nas categorias de base e no futebol profissional, mas agora só o time principal interessa”, explica.

Há também mais dois grupos com os quais o presidente velista iniciou as conversações antes da bola rolar pelo Mundial aqui no Brasil. Um é de um clube grande da Região Sudeste, que pediu um pouco mais de tempo para se manifestar, até no máximo a segunda quinzena de agosto. O outro é um grupo italiano com representantes brasileiros, mas que até agora não responderam às mensagens por celular e por e-mail do mandatário do Rubro-Verde, que garante que, caso o clube não consiga um investidor, o time disputará a série A-2 no próximo ano.

“De qualquer maneira nós vamos tocar o Velo Clube. Vamos dar mais um tempo. Pretendemos definir o parceiro até o final de agosto, caso contrário entraremos com o plano B, que é pegar jogadores a custo zero, o que não é difícil de acontecer e que têm muitos no mercado, com o dinheiro do Velo Clube. Alguns treinadores também já me ligaram querendo trabalhar no clube e também estamos analisando esses nomes”, acrescenta.

Confira a matéria na íntegra na edição impressa do JC de sábado (19). Se você é assinante, clique aqui.

Motoristas desrespeitam alteração feita no trânsito

Carine Corrêa

Intervenção foi feita a pedido dos moradores da Avenida M-29, tendo em vista os inúmeros transtornos ocasionados pela falta de consciência de alguns motoristas
Intervenção foi feita a pedido dos moradores da Avenida M-29, tendo em vista os inúmeros transtornos ocasionados pela falta de consciência de alguns motoristas

Na última quinta-feira, 17 de julho, a Secretaria de Mobilidade Urbana de Rio Claro alterou o trânsito na região do bairro Jardim Floridiana. A intervenção foi feita a pedido dos moradores da Avenida M-29, tendo em vista os inúmeros transtornos ocasionados pela falta de consciência de alguns motoristas.

“Fizemos um abaixo-assinado para solicitar que o fluxo da avenida fosse permitido em apenas um sentido. A prefeitura atendeu a nossa solicitação, mas os motoristas não estão respeitando”, diz o morador Renato Teixeira.

O trecho da Avenida M-29 passou a ter mão única de direção no sentido da Avenida 1-JF até a Avenida Brasil. O morador que se identificou apenas como Humberto apontou a necessidade de fazer a troca dos cavaletes por outro tipo de sinalização.

“Temo que não irão respeitar esses cavaletes que foram colocados pela prefeitura”, disse. Teixeira sugere a substituição dos cavaletes por “tartarugas” ou placas. “Poderiam colocar uma placa indicando que é contramão”, reforça.

Ele também alerta para a grande quantidade de motociclistas que transitam pelo canteiro central da Avenida Brasil. A fiscalização seria uma das formas de inibir a prática imprudente nesse trecho, segundo aponta o morador Renato.

“São várias imprudências que ocorrem nesta região. O risco de um acidente é constante. Quando a mão era dupla, os motoristas faziam a conversão da Avenida Brasil para a Avenida M-29 em alta velocidade. No primeiro dia de alteração na mão da via, ainda é possível verificar a mesma imprudência”, ressaltou Renato Teixeira.

“Os moradores e motoristas vinham solicitando providências para aumentar a segurança nesses dois quarteirões”, comentou José Maria Chiossi, titular da pasta de Mobilidade Urbana. A prefeitura solicita que os motoristas redobrem a atenção ao trafegarem pela região.

Emprego tem variação negativa em Rio Claro

Da Redação

Emprego na indústria paulista teve resultado negativo no mês de junho (foto Agência Brasil)
Emprego na indústria paulista teve resultado negativo no mês de junho (foto Agência Brasil)

O nível de emprego na indústria em Rio Claro apresentou resultado negativo em junho na Diretoria Regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), conforme pesquisa divulgada na quinta-feira (17). A variação foi de -0,21%, o que representa uma queda de aproximadamente 100 postos de trabalho.

A diretoria é composta por sete municípios: Rio Claro, Araras, Corumbataí, Ipeúna, Itirapina, Leme e Santa Gertrudes. De acordo com o Ciesp, o acumulado do ano tem variação positiva de 1,05%, o que significa um aumento de 550 vagas. Porém, nos últimos 12 meses, a variação é negativa: -0,43% ou menos 250 empregos.

O resultado negativo foi influenciado pelos setores de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-2,74%); produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-2,93%); máquinas e equipamentos (-0,55%) e produtos químicos (-0,44%). O Ciesp destaca que, “quando comparados os meses de junho dos anos de 2013 e 2014, temos um cenário pior, pois em junho de 2013 o resultado foi positivo em 0,43%”.

O nível de emprego industrial na regional do Ciesp também apresentou resultado negativo em maio. No mês passado, a variação ficou em -0,42%, o que significou uma queda de aproximadamente 200 postos de trabalho. O Ciesp explica que a variação negativa foi influenciada pelos “setores de Máquinas e Equipamentos (-10,78%); Produtos de Metal, exceto Máquinas e Equipamentos (-3,64%) e Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos (-0,15%)”.

Em abril, o resultado foi positivo. A variação ficou em 1,50%, o que significou um aumento de aproximadamente 800 postos de trabalho. O resultado foi influenciado principalmente pelas variações positivas dos setores de Produtos Alimentícios (6,95%); Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos (3,41%) e Produtos de Borracha e de Material Plástico (2,28%). Já em março a regional do Ciesp em Rio Claro teve resultado negativo de -0,25%, uma queda de 150 vagas.

Confira a matéria na íntegra na edição impressa do JC de sábado (19). Se você é assinante, clique aqui.

CCZ aguarda pelas doses para seguir com vacinação

Divulgação

Cachorro recebe vacina contra a raiva. Gatos também devem ser imunizados (foto Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Cachorro recebe vacina contra a raiva. Gatos também devem ser imunizados (foto Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

O CCZ – Centro de Controle de Zoonoses, da Fundação Municipal de Saúde de Rio Claro, aguarda pela chegada de mais doses da vacina contra a raiva, que são repassadas pelo Instituto Pasteur, para dar continuidade à campanha de vacinação em cães e gatos.

O cronograma inicial previa vacinação durante todos os finais de semana até o dia 16 de agosto. Devido ao atraso no envio de novas doses, a vacinação não acontecerá nos próximos finais de semana. Novas datas serão agendadas para atender os bairros que ainda não receberam a equipe do Zoonoses. O novo cronograma será amplamente divulgado para que todos tomem conhecimento dos locais e datas onde acontecerá a vacinação.

A campanha de vacinação antirrábica foi antecipada neste ano por causa dos casos de raiva registrados em equinos e bovinos. As informações sobre vacinação e cuidados em animais de grande porte, como vacas, bois, cavalos, carneiros, etc, devem ser solicitadas na Casa da Agricultura: Rua 3-A, 903 – avenidas 38-A e 40-A, na Vila Alemã, telefone 3524-3495. A raiva não tem cura, portanto é necessário tomar medidas preventivas.

Mosquito da dengue se adapta ao clima

Ednéia Silva

O professor Cláudio José von Zuben, especialista em parasitologia, em um dos laboratórios do Departamento de Zoologia da Unesp de Rio Claro
O professor Cláudio José von Zuben, especialista em parasitologia, em um dos laboratórios do Departamento de Zoologia da Unesp de Rio Claro

Em pleno período de estiagem, os casos de dengue continuam surgindo. A transmissão passou a ser contínua e não para durante a seca, como ocorria antes. Isso acontece porque o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, adaptou-se ao meio e ficou mais resistente.

A explicação é do professor de Parasitologia, Cláudio José von Zuben, pesquisador do Departamento de Zoologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Rio Claro. Ele lembra que 2014 está sendo atípico em termos climáticos, tendo o janeiro mais quente dos últimos 20 anos. Mesmo assim, a transmissão de casos de dengue continua. Até o último dia 11, eram 502 casos confirmados na cidade. O fato é creditado à adaptação do vetor ao meio.

O pesquisador comenta que antes o mosquito era encontrado apenas em água limpa, hoje isso mudou. Águas não tão limpas podem se tornar criadouros. Dessa forma, a transmissão está sendo contínua, mesmo em períodos de frio e seca.

O surgimento dessa população mais resistente também pode estar ligado ao uso excessivo e insistente de inseticidas. De acordo com Von Zuben, a nebulização frequente pode criar vetores mais resistentes. Se um local é nebulizado e a eficácia não atinge 100%, os mosquitos sobreviventes podem ficar resistentes ao veneno, exigindo concentrações maiores para se obter resultado. Por isso, o método tem que ser utilizado com rigoroso controle.

Além disso, o pesquisador ressalta que a nebulização causa danos ao meio ambiente, já que não mata apenas o mosquito Aedes aegypti, mas também outros insetos, causando desequilíbrio ecológico.

Outro fato que contribui para a continuidade da transmissão é a mudança climática. O professor observa que há alguns anos Rio Claro não registra um inverno realmente frio. São poucos dias com baixa temperatura e depois retorna o calor. Com isso, os mosquitos conseguem viver mais tempo e picar um maior número de pessoas.

Diferente dos humanos, o mosquito não consegue controlar a temperatura do corpo. Quanto mais quente, maior o desenvolvimento e o tempo de vida. No frio ocorre o contrário, por isso a diminuição da população nesta época e a queda no pico de transmissão.

No entanto, o mais importante é se conscientizar de que sem criadouro não há mosquito da dengue. A eliminação dos criadouros é a forma mais efetiva de combate. A população precisa fazer a sua parte dentro de casa, onde estão 80% dos criadouros. Uma casa com foco do mosquito pode comprometer todo o bairro.

Além disso, é necessário lembrar que existem quatro tipos de vírus da dengue em circulação: 1, 2, 3 e 4. Quem contrai um tipo fica imune apenas a ele e pode pegar os outros tipos com risco de ocorrer hemorragia.

Raiva: Saúde aplica soro errado e cria risco de morte

Antonio Archangelo

Edison estuda se lavrará Boletim de Ocorrência contra a Fundação de Saúde. Na foto, o PSMI
Edison estuda se lavrará Boletim de Ocorrência contra a Fundação de Saúde. Na foto, o PSMI

O que era para ser um procedimento a fim de evitar a Raiva quase levou Edison Roberto Bindilatti, 52, à morte no final de abril. Ao invés de receber dose do soro antirrábico, ministraram soro contra picada de aranha/escorpião.

De acordo com a vítima, por volta do dia 20 de abril, acabou mordido por um equino em seu sítio. Animal que apresentou, nos dias posteriores, “sintomas de Raiva”. Ao acionar o Zoonoses, o animal foi sacrificado e, após testes, confirmado o diagnóstico de contaminação pela Raiva.

Edison foi aconselhado a procurar atendimento médico na rede de Saúde. “Fui na Av. 29, expliquei o ocorrido e ela me encaminhou ao PSMI. A Vigilância Epidemiológica entrou em contato. Então tomei a primeira dose do soro antirrábico. No outro dia fui ao PSMI para aplicação da segunda dose do soro. Cheguei e percebi que não havia nada. Liguei para a Ivana, e ela me disse para esperar que o soro estava a caminho. Após alguns minutos o soro chegou, com meu nome, meu peso, tudo certo. A enfermeira até estranhou a quantidade. Ministraram a segunda dose, eu teria que aguardar 30 minutos para ver se dava alguma reação. Após uma hora e meia aguardando, perguntei para a enfermeira o porquê da demora. Depois de algum tempo, me chamaram numa sala e avisaram que teria ocorrido um erro. Ao invés de soro antirrábico, ministraram soro contra picada de aranha/escorpião. Daí chegou a moça da Vigilância e me disse que, pelo tempo que havia sido mordido, se o vírus da Raiva se manifestasse, eu poderia vir a óbito em cinco dias. Pela demora e pelo erro”, se recordou.

“O doutor me avisou e pedi para que alguém avisasse minha mulher. Ele me disse que, pelo que havia pesquisado em São Paulo e no Rio de Janeiro, nas faculdades, que não havia registro de uma pessoa que tivesse tomado os dois soros (antirrábico e contra aranhas e escorpiões) num mesmo dia. Disse que existia risco de morrer em duas horas. Nessa hora, minha pressão subiu, passei mal, comecei a chorar. Daí vieram com a notícia de que iria tomar um soro da Alemanha, que só é liberado para ser ministrado em grávidas e crianças. A Vigilância foi em Piracicaba pegar o soro. Entrei na sala, a enfermeira estava chorando, fiz duas ligações e me levaram para a sala de emergência”.

“Como já havia tomado o outro soro, não havia músculos. Tive que tomar o soro no glúteo e no braço. Graças a Deus nada aconteceu. Após dez dias ficaram de me ligar para realizar uma bateria de exames. Até agora nada. Foi um pouco caso, nem se preocuparam comigo. Estes dias, vi um dos médicos na rua e nem olhou na minha cara. Fui aconselhado a lavrar um Boletim de Ocorrência, mas não sei se irei fazer. Se fizer, será para evitar que isso possa acontecer com uma criança”, relatou ao Jornal Cidade.

OUTRO LADO

A Fundação de Saúde foi consultada sobre o ocorrido, mas até o fechamento desta edição não enviou seu posicionamento.

De acordo com dados de junho, neste ano foram registrados 12 casos de Raiva na cidade, sendo três em bovinos e o restante em cavalos. A previsão é imunizar 23 mil cães e nove mil gatos.

A dose antirrábica é gratuita e as equipes vão atender nos finais de semana, das 9h às 16h, em bairros alternados na área urbana e rural. “É imprescindível lembrar que a raiva é uma doença que não tem cura, então, uma vez que os sintomas começam a se manifestar, ou no ser humano ou no animal, leva a óbito”, alertou o coordenador do Centro de Controle de Zoonoses de Rio Claro, Josiel Hebling.