Encontro especial para o Café JC

Para comemorar as nove décadas de produção de conteúdos com qualidade e credibilidade, um encontro reuniu antigos administradores do Jornal Cidade

Para se chegar à marca de nove décadas de publicações diárias de conteúdo jornalístico, foi preciso muito trabalho, perseverança e uma boa dose de ousadia. Foi este o teor da conversa no encontro promovido pelo Jornal Cidade para reunir antigos proprietários e representantes das famílias que já estiveram à frente da administração do JC.

Numa retomada comemorativa do tradicional Café JC, coluna publicada aos domingos nas edições impressas, estiveram reunidos Sônia Maria Cartolano de Oliveira, neta de Humberto Cartolano, que administrou o jornal nos anos 60/70; José Carlos de Carvalho Carneiro, que a a partir de 73 foi sócio da família Cartolano; Marcela Pires de Oliveira, filha de José Marcos Pires de Oliveira, que esteve à frente da publicação a partir de 1979 e o casal Lincoln Magalhães e Silvia Pezzotti Magalhães, da família que adquiriu o jornal em 1986 e está até hoje na administração da empresa, agora com os filhos Eduardo, Aline e Guto Magalhães.

Foi uma tarde de conversa boa, recheada por lembranças das conquistas e também dos obstáculos que surgiram ao longo das décadas. Desafios que foram superados com mito trabalho e dedicação. Além, é claro, de inovação e ousadia, que fizeram a diferença na trajetória do JC.

“Uma coisa que me marcou muito foi quando o Velo subiu para a primeira divisão, fomos para Campinas. Naquela época meu pai tinha lançado uma novidade, que era a Edição Extra. que saia de segunda-feira, nenhum jornal tinha, nem os de São Paulo saiam às segundas. Então, quando chegamos, ele falou pro impressor, pega uma bobina, vamos forrar a cidade de jornais com a notícia da subida do Velo” relembra Marcela, que foi secretária da Redação na época da gestão de seu pai, o Dr. Pires, e acabou depois cursando a faculdade de Jornalismo.

A aposta na inovação, com investimentos em equipamentos de última geração no setor de impressão e a definição de uma linha editorial guiada pela credibilidade são apontadas por Lincoln Magalhães como os fatores que levaram ao crescimento expressivo alcançado pelo jornal em sua gestão. O engenheiro lembra que nesta época a empresa ampliou significativamente o leque de anunciantes, passando de doze mil exemplares nas edições diárias, e também consolidou o parque gráfico, hoje também responsável pela impressão de jornais de várias cidades da região, como Piracicaba e Limeira. Durante o encontro, os ex-gestores também lembraram e enalteceram o trabalho de todas os profissões, de todas as áreas, que um dia também contribuíram para a trajetória de sucesso do Jornal Cidade.

Publicação que iniciou trajetória em 1934 teve mudanças na administração ao longo do tempo

Fundado em 9 de setembro de 1934 por Cícero P. Trombe e Dilermando Vianna, o Jornal Cidade passou posteriormente a ser propriedade de Humberto Cartolano e sua família. Em 1973, o advogado José Carlos de Carvalho Carneiro passou a dividir a sociedade com os Cartolano. Em 1979, o jornal passou a ser administrado pelo médico, político e jornalista José Marcos Pires de Oliveira, até que em 1986 foi adquirido pelo empresário, engenheiro e ex-prefeito Lincoln Magalhães. Atualmente, o jornal é administrado pela segunda geração dos Magalhães, os diretores Luís Eduardo, Aline e Luís Augusto.

Os investimentos em tecnologia e a ampliação das plataformas de divulgação de conteúdo marcam a história do JC nos últimos anos.

Nas imagens abaixo, edição mais antiga do JC, de 19 de setembro de 1934, que faz parte do acervo do Arquivo Público e Histórico de Rio Claro; ao lado, antiga sede do jornal, na Rua 3 com a Avenida 2, no Centro.

Relatos de muito trabalho, paixão pelo Jornalismo e inovação

Café JC resgata episódios que marcaram o trabalho dos ex-gestores, que falam com saudade sobre os fatos mais marcantes

“Tenho vagamente a lembrança, porque eu era criança. Passei pelo jornal várias vezes, lembro do barulhinho que o maquinário fazia. Quando eu chegava para as férias em Rio Claro, a primeira coisa que meu avô fazia era passear de charrete. Tinha um ponto de charrete no Jardim Público. Ai, passava pela cidade inteira, todo dia, era muito gostoso”, Sônia Maria Cartolano de Oliveira, neta de Humberto Cartolano.


“Nós tivemos a ousadia de jovens naquela época, de fazer o jornal crescer, trazendo maquinaria, então foi a primeira rotativa, a rotoplana, nós que instalamos. (…) Isso tudo foi na época que chamo de arroz e feijão. Agora, quem colocou a mistura, quem fez a grande expansão, foi Lincoln Magalhães (…) Foi aí que começou a ser um jornal grande no interior do Estado”, José Carlos de Carvalho Carneiro.


“Não só eu, como meus irmãos, éramos muito jovens ainda, mas tudo mundo vestiu a camisa, até as paredes do jornal nós pintamos, meus irmãos no começo entregavam o jornal de madrugada (…) ele também falava (José Marcos Pires de Oliveira) que era época do “chumbão” e isso tinha dupla conotação, porque o jornal era feito no chumbo e também era a época do chumbo pesada na política, da censura”, Marcela Pires de Oliveira.


“Na época, o jornal não era mais rentável, provocava realmente prejuízo. Aí veio o espírito do empresário, eu pensei, vou mudar isso aí. Fizemos toda uma transformação, fomos o primeiro jornal a cores do interior de São Paulo (…) Apesar de ter sido prefeito, de ter uma história política, eu não queria mais que o jornal tivesse qualquer cor política, teria que ser o jornal do leitor, do cidadão, onde a credibilidade fosse o maior valor, o que pudesse mais representar o Jornal Cidade (…) o Jornal Cidade passou a ser referência em Rio Claro e no estado inteiro”, Lincoln Magalhães.

“Veio de encontro ao que eu sempre gostei de fazer, que é escrever. Me reportava ao que meu pai nos ensinou, me ensiou particularmente, sempre a ler, me dedicar à leitura. (…) Envolveu toda a família, no começo eu também vinha todos os dias para o jornal, tinha que todo mundo entrar no batente para ajudar”, Silvia Pezzotti Magalhães, colunista de Turismo do JC.

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