O recente acordo entre o Tribunal Superior Eleitoral e as grandes redes sociais promete dar um tom diferenciado nas eleições deste ano. Isto porque, após o pleito de 2018, que resultou em inquéritos para investigações de disparos de informações falsas pela internet, a ideia é fechar o cerco contra o crime cibernético das “fake news”.
O TSE deve contar com a colaboração do Facebook, Instagram, WhatsApp, Kwai, TikTok, Twitter e Google de forma a barrar a disseminação dos conteúdos enganosos que podem ser levados aos eleitores. O advogado de Rio Claro, Leopoldo Godoy de Lima, especialista em direito eleitoral, vê com bons olhos este acordo entabulado entre o TSE e as principais plataformas digitais que operam no Brasil, no intuito de mitigar o impacto negativo das fake news ao processo eleitoral brasileiro.
De acordo com o advogado, “um dos graves problemas que o mundo digital nos trouxe é exatamente a desinformação à credibilidade da Justiça Eleitoral e à realização das eleições, podendo influenciar diretamente em seu resultado”, diz. O profissional alerta que outro ponto importante é a possibilidade de se rastrearem os responsáveis pelo pagamento do conteúdo, a fim de verificar sua real intenção.
“O que esperamos é que mentiras que circularem aos montes, como no WhatsApp por exemplo, tenham vida curta a partir de agora. As eleições devem ser realizadas de maneira justa entre os ‘players’, especialmente na disputa que se avizinha, onde novamente teremos uma possível e acirrada polarização de votos (esquerda e direita). O mesmo se aplica ao cenário político local, onde teremos candidatos a deputado estadual e federal lançados pelas siglas municipais, e estes devem ter a atenção tanto com a postagem como compartilhamento de notícias falsas”, adverte o advogado.
O profissional orienta o eleitor sobre o que fazer ao receber notícia de algum candidato ou candidata: “É necessário analisar todo conteúdo divulgado, verificar a origem da notícia, a credibilidade da fonte, buscar a comprovação da veracidade do fato em meios seguros e manter o cuidado com manchetes sensacionalistas”, finaliza.