Antonio Archangelo
No último Café JC do ano, a reportagem do Jornal Cidade conversou com o deputado reeleito Aldo Demarchi, do Democratas, sobre o balanço do atual mandato e expectativa para o próximo que se inicia em 2015. Confira:
JC – Qual o balanço de 2014?
Aldo – Na minha opinião, tirando uma leitura do resultado da minha eleição, em primeiro lugar eu saio com a consciência do dever cumprido, quando o trabalho é reconhecido. Às vezes, o político entra num círculo equivocado, achando que o que ele faz o povo quer. Isso foi comprovado, não com pesquisas, e sim com o resultado das urnas. Sei que hoje o quadro político é complicado e você, tendo reconhecimento, é evidente ficar orgulhoso. Consciência do dever cumprido.
JC – Recentes exposições na imprensa nacional evidenciaram sua opinião divergente sobre o programa Bolsa Família, do Governo Federal, além da menção de seu nome num suposto esquema de pagamento de ‘pedágio’ na Assembleia de SP. Qual sua opinião?
Aldo – Sei que, quando você toma uma posição, você agrada a uma parte e desagrada ao contraditório. Como democrata, eu aceito isso. Tive vitórias até então e atribuo isso à coerência. Às vezes você tira lições em relação ao contraditório. Você faz uma autoanálise e chega à conclusão de que não é porque exista alguém desfavorável à sua opinião que você terá que mudar suas convicções.
JC – Afinal, o senhor é contra o Bolsa Família?
Aldo – Não sou contra o Bolsa Família, e sim da forma como é feito. Quando a Candinha foi do Fundo Social de Solidariedade, existia uma fila para adquirir uma cesta básica e tiramos uma lição em relação até um projeto que está aprovado na Câmara Municipal. De um lado oferecemos uma porta de entrada e do outro uma porta de saída. Não era só a cesta básica, era também um salário mínimo. Com esta lei não existia o vínculo empregatício e a pessoa recebia para ficar à disposição para limpar as praças públicas, além de participar de curso. Devo dizer que 90% dos que passaram neste programa, conhecidos como “Azulzinhos”, estão empregados até hoje. Para mim, um programa social é ter início, meio e fim. Agora, ficar eternamente dependendo de um programa social, você ficar pendurado no programa, não. Sobre aquele vídeo durante entrevista à Carla Hummel que chegou até a UOL, recebi 80% de elogios. Até sei que quem recebe o Bolsa Família tem vontade de comprar sua cesta básica. Meu pai falava que, se você tiver que utilizar três palavras para justificar, você não estará com a razão.
JC – Qual a prioridade do próximo mandato?
Aldo – Minha atuação é em duas frentes: a primeira é quando fico atento à alocação de verbas do Estado para os programas de governo. Primeiro trago para Rio Claro e não dependo do poder público municipal: como o Poupatempo, AME, Bom Prato. Agora, eu trago quatro creches para Rio Claro faz dois anos para a doação dos terrenos. Aquilo que depende da vontade dos prefeitos, que são as exigências da contrapartida do Poder Municipal, como exemplo a Fatec, se o município não doa a área, não tem a obra. Na minha opinião, uma faculdade mais importante que a Unesp, pelo tamanho e qualificação.
JC – Sobre a Fatec, o município fez sua parte?
Aldo – Sobre a Fatec, na primeira deram uma área de APP, na segunda deram uma área com ônus para o Governo e agora voltaram para a Câmara Municipal para tirar o ônus. Demorar quatro anos para doar uma área para a Fatec não é falta de vontade política? Quando depende da vontade política, o deputado fica com as mãos atadas. Eu já dei até o nome da Fatec.
JC – E na construção do novo Fórum?
Aldo – Pelo amor de Deus, o governo do Estado fez uma loucura de repassar R$ 10 milhões para o governo municipal tocar a obra do fórum, a empresa quebrou e agora a obra está parada. Em cima disso, fui pessoalmente pedir para que o Centro Paula Souza faça a licitação da Fatec.
JC – E a obra de duplicação da Constantino Peruchi?
Aldo – Segundo a Artesp, o processo licitatório se atrapalhou. A terceira empresa classificada deve apresentar os documentos no final de janeiro. A primeira não apresentou documento e nem a segunda. Como será custeado com recurso internacional, empresas internacionais participaram do processo.
JC – Esta rivalidade política prejudica a cidade?
Aldo – A cidade não pode pagar um preço pela rivalidade dos partidos. Eu tenho tudo, mandei duas máquinas para limpeza. Não sei por que razão as coisas não acontecem na agilidade que seria interessante e que o município merece. Quem coloca cores partidárias na frente é ruim para o município. Eu percebo que tudo o que fizeram aqui é do governo federal, o governo do Estado não fez nada.