SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O escritor Rodrigo Constantino, 44, que foi demitido pela rádio Jovem Pan na quarta-feira (4), foi desligado agora do quadro de colaboradores da Record. O anúncio foi feito por ele mesmo, eu sua conta no Twitter, onde afirma que emissora “não aguentou a pressão”, após seus comentários sobre o caso Mari Ferrer.
“O departamento comercial pede ‘arrego’, pois recebe pressão de fora, dos chacais e hienas organizados, dos ‘gigantes adormedidos’. Sim, perdi mais um espaço, mas sigo com minha total independência e com minha integridade”, disse o escrito.
A Record disse, em nota, que o desligamento aconteceu devido a posição de Constantino sobre violência contra a mulher. “O grupo não poderia, neste momento, deixar qualquer dúvida de que justiça não se faz responsabilizando ou acusando aqueles que foram vítimas de um crime”, afirmou comunicado.
“Apesar de ter garantias de liberdade editorial e de opinião, julgamos que o posicionamento adotado por Constantino não compactuou com o nosso princípio de não aceitar nenhum tipo de agressão, violência, abuso, discriminação por questões de gênero, raça, religião ou condição econômica”, concluiu a emissora.
Constantino causou polêmica ao comentar a decisão da Justiça sobre o estupro da influenciadora Mariana Ferrer, em 2018, em uma casa noturna de Jurerê Internacional (SC). Em uma live, ele disse que se sua filha fosse estuprada em situação semelhante, “ela ficaria de castigo feio e eu não vou denunciar um cara desses para a polícia”.
Após a repercussão, o escritor falou, em sua redes sociais, que sua fala foi tirada de contexto, deturpada e espalhada. “Use a militância para viralizar e marcar os veículos empregadores; faça pressão em cima dos anunciantes; esses, querendo fugir da polêmica, pedem a demissão do ‘pária’; as empresas não resistem e cedem.”
“Isso é uma tática fascista, que fique claro”, continuou ele. “E o mais bizarro é ver supostos jornalistas aderindo, liderando. Não são jornalistas, são fascistas, os inquisidores da era moderna, a patrulha do ‘ódio do bem’ que usa métodos fascistas para ‘combater o fascismo’. E estão ganhando.”
Apesar disso, Constantino afirmou que seu seguidores aumentaram nas redes sociais e comemorou: “Enquanto isso, meu canal do YouTube teve mais de 25 mil inscrições extras só ontem [quarta, 4], aqui no Twitter foram 5.000, e vários patronos novos! O caminho é mesmo a total liberdade, ou ceder ao fascismo”.
A filha de Constantino, Laura, também se pronunciou em um vídeo que circula nas redes sociais, e afirmou que ficou abalada com a fala do pai, mas o defendeu. “Muita gente que está vendo esse vídeo não concorda com o que ele fala, não gosta dele, mas realmente eu tenho certeza que se uma coisa dessas acontecesse, ele iria ficar do meu lado.”
Ela ainda continua: “Ter que ler tanta gente falando que eu tenho um pai a favor do estupro e coisas assim não tem como, porque eu sei que ele não é (…) Eu conheço meu pai e sei que ele tem caráter e é contra o estupro, como qualquer pessoa que tem caráter é. Ter que ler uma coisa dessas mexeu muito comigo.”