Ramon Rossi
Conselho Tutelar, um terreno dominado pelas Igrejas. Desde que foi instituído em Araras nos anos 90, o Conselho Tutelar da cidade sempre teve presença de lideranças religiosas muito fortes. Neste ano, 100% dos representantes são evangélicos. Sendo eles: um da Universal, três da Quadrangular e um da Assembleia de Deus de Madureira.
Ao todo, 6.214 pessoas votaram no último domingo (6). Entre os mais votados, três já faziam parte do Conselho e foram reeleitos: Célia Regina Barros da Silva Pinho (711 votos), Juciel Paulo Silva (595 votos) e Fátima Dibbern Bacce Barbieri (545 votos). A composição do grupo vai contar ainda com Felipe Cesar Pinto (702 votos) e Istael Cristina Milinski Mariano (531 votos), que também foram eleitos.
Os conselheiros eleitos serão empossados no dia 10 de janeiro de 2020 e atuarão até fim de 2024, em regime de dedicação exclusiva. A jornada é 8h diárias – de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 17h – com subsídio mensal de R$ 2.788,47.
As atribuições dos conselheiros incluem: zelar pelo cumprimento do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente); atender e aconselhar pais ou responsáveis, requisitar serviços públicos na área da saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança e encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente.
Candidatos eleitos
Célia Regina Barros da Silva Pinho – 711 votos
Felipe Cesar Pinto – 702 votos
Juciel Paulo Silva – 595 votos
Fátima Dibbern Bacce Barbieri – 545 votos
Istael Cristina Milinski Mariano – 531 votos
Os suplentes
6°-Helenice Filomena M. R. Zanfolin – 454 votos
7°- Michele de Oliveira da Cruz – 444 votos
8°- Rosângela Zanotti – 384 votos
9°- Silmara Aparecida Cosmo – 368 votos
10°- Cecilia Ap. Baroni Correia – 321 votos
“Bancada evangélica” consolidada no Legislativo
O número de vereadores ligados a alguma igreja evangélica na Câmara Municipal de Araras nunca foi tão representativo assim. Dos 11 vereadores da atual legislatura, três deles pertencem a uma instituição religiosa, deixando a “bancada evangélica” mais forte ainda.
Se na atual configuração do Legislativo ararense quase um terço das cadeiras é ocupada por vereadores evangélicos de uma única denominação – a Quadrangular – há estimativas não oficiais de que se o número de vereadores aumentasse, para 15, por exemplo, como já foi aventado em legislaturas recentes, essa igreja teria capacidade para fazer mais um ou dois representantes.
Observador da política local que preferiu não se identificar avalia que “seja para a escolha de conselheiros tutelares ou para a eleição de vereadores, ou mesmo deputados estaduais e federais, as denominações evangélicas costumam exercer um alto grau de organização e influência entre os membros. É uma organização e uma transferência de influência que não se verifica, por exemplo, na Igreja Católica”, cita o observador. “Não há ilegalidade alguma nessa prática, desde que o eleito tenha atuação pautada na representatividade de todos os cidadãos, e não somente dos que professam a mesma fé”, acrescenta.
Em pleitos recentes em Araras, observou-se até mesmo a coincidência de número de votos para representantes na Assembleia Legislativa paulista e Câmara Federal: candidatos apoiados pela Quadrangular tiveram número muito parecido de votos – mais de 5,6 mil votos na cidade.
Regina Corrochel (PTB) 2.614 votos
Marcelo de Oliveira (PRB) 2273 votos
Deise Olímpio (PSC) 1832 votos