Ana Marília Rando, de 41 anos, é uma artista ararense e foi no artesanato que encontrou o seu sustento e razão para viver: “Me ajuda a ver o mundo com outros olhos”, contou ela, de 41 anos, moradora do bairro Jardim São João, em Araras.

Aos 18 anos, Ana teve paralisia facial de bell – fraqueza súbita nos músculos de uma metade do rosto. Foi um longo processo de 20 anos para se aceitar. Ela pensou inúmeras vezes em desistir. “Não me expressava, tinha vergonha de falar em público. A paralisia facial faz um estrago enorme no emocional. Medo, inseguranças”, comentou. 

A ararense recorreu à terapia e a cirurgia para enxergar um novo mundo de possibilidades. “Demorou, mas resgatei a autoestima e aos poucos fui falando sobre o assunto e buscando novas alternativas. Fiz a tão sonhada cirurgia de reparação. Tirei um músculo da perna e enxertei no rosto. Mesmo com as seqüelas que ficaram, tudo mudou e comecei a compartilhar minha experiência nas redes sociais”, contou.

Ana inspira muitas pessoas com sua autoestima e seu dom. Suas habilidades são desenvolvidas no ateliê. Ela trabalha com tecido e feltro e confecciona peças decorativas, lembrancinhas de vários tipos. “O artesanato tem papel fundamental no resgate da minha autoestima. Ele resgata meus valores e talentos que foram perdidos”, disse ela ao JC.

Além disso, Ana usa as redes sociais para encurtar o processo de quem precisa se aceitar. Ela tem um perfil no instagram (@ana_mrando). É por lá que ela ajuda as pessoas a verem a vida com outros olhos. “Dou dicas de autoestima, faço lives com profissionais especializados, muito conteúdo para ajudar esse público, que precisa de ajuda. Uma condição tão comum e tão pouco divulgada”.

O ateliê de Ana

Apesar da pandemia, o refúgio de Ana nas artes continua a todo vapor. A artesã está vendendo suas peças pela internet e sonha em um dia em ampliar o seu espaço.

“O meu cantinho ‘patchwork’ é minha principal atividade. No entanto, com a pandemia, foi preciso reinventar.  Me uni com a fisioterapeuta especialista em paralisia facial, Priscila Cairo do Rio de Janeiro e lançamos a almofada térmica ‘Reconectando as Faces’ – idealizada pela profissional e feita artesanalmente por mim”.

A almofada é feita de tecido 100% algodão, sementes e ervas medicinais que, segundo a ararense, trabalham o emocional, quando aquecida. “A especialista Priscila segue a linha do autocuidado na evolução do tratamento da paralisia e tem sido um verdadeiro sucesso”.

Para conhecer mais sobre o trabalho de Ana, basta acessar pelo Instagram: @omeucantinhopatchwork. Ela envia sua arte para todo o Brasil.

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