Sr. Brazolin, presidente do Esporte Clube Pinheiros (à esquerda), ao lado do colaborador Felipe Vitte

SÃO PAULO — As Olimpíadas, além de serem os maiores jogos esportivos do mundo, têm uma rica importância histórica. Nascem em 776 a.C. e, após um hiato de 1503 anos, ressurgem em 1896.

Naquela época, a modernização avançava ferozmente, transformando sociedades e propiciando maravilhas na mesma medida colossal em que produzia horrores, como o nazifascismo, que viria a surgir pouco depois. Cabe mencionar as Olimpíadas de 1936, ocorridas em Berlim, nas quais o regime nazista tentou usar o potencial diplomático do evento para propagar sua ideologia. De forma espetacular, e para o incômodo dos nazistas, os jogos foram marcados pela conquista de quatro medalhas de ouro (feito até então inédito) por um atleta negro, o americano Jesse Owens.

Para o bem ou para o mal, as Olimpíadas desempenham um papel fundamental nas relações internacionais, seja propagando os valores do país-sede ou comunicando mensagens específicas. Um exemplo é a busca de integração no mundo moderno, como foi o caso do Japão (Tóquio) em 1964 e da China (Pequim) em 2008.

Além disso, os Jogos Olímpicos, como evidência de sua importância, podem servir como extensão das batalhas diplomáticas e ideológicas que ocorrem no plano internacional. Exemplos disso são as Olimpíadas de 1980, em Moscou, e as de 1984, em Los Angeles, onde as tensões da Guerra Fria impactaram os eventos, resultando em boicotes e protestos em massa.

Para este artigo, entrevistei o Sr. Brazolin, presidente do Esporte Clube Pinheiros, clube paulistano de renome que teve 34 atletas convocados (o maior número entre todos os clubes brasileiros), e que conquistou quatro medalhas até o momento da escrita deste texto.

Sobretudo no caso de países em desenvolvimento, que muitas vezes são esquecidos pela comunidade internacional, o esporte pode ser uma excelente forma de conquistar os holofotes. No caso do Brasil, não é diferente. Segundo Brazolin, as Olimpíadas ampliam a visibilidade do país no exterior, transformando sua imagem limitada a elementos culturais como o samba e o carnaval em um retrato mais amplo e fidedigno de sua complexidade. De acordo com o presidente, “o esporte é uma ferramenta poderosíssima para você mostrar o que é nosso país, que é muito bom.”

Brazolin estudou nos Estados Unidos quando era jovem e, ao refletir sobre sua experiência no exterior, observou que o esporte proporciona uma “exposição positiva” do Brasil, contrastando com as notícias negativas que muitas vezes dominam as manchetes internacionais. Ele afirmou que “essa exposição […] é uma oportunidade de mostrarmos que nosso país tem muita coisa boa.”

O presidente também destacou o poder das Olimpíadas em criar conexões internacionais, afirmando que “eventos globais fazem com que você conheça mais pessoas […] O esporte te une e você acaba compartilhando experiências e se juntando,” destacando o papel do esporte na construção de pontes entre nações.

Além de todos os aspectos que incidem no presente, as Olimpíadas ainda influenciam a força motriz que moldará o futuro do mundo e das relações internacionais: a juventude. “Você imagina que são milhões e milhões de crianças […] quantas crianças não se encontram no esporte que nunca tinham visto antes? Isso traz um benefício extraordinário”, destacou.


Felipe Vitte é bacharelando em Relações Internacionais pela ESPM, Gestor do Laboratóriode Monitoramento da Agenda no Legislativo (LEGISLAB), Diretor-Geral do Nexo ESPM e Diretor de Comunicações da D’Itália Empreendimentos.