Ednéia Silva
Dezenas de pessoas participaram do ato público realizado nessa quinta-feira (26) em Rio Claro dentro da programação do Dia Nacional de Luta pela Educação. A manifestação reuniu professores, alunos, universitários e integrantes de movimentos sociais. Os manifestantes fizeram uma passeata pelas ruas do Centro e cobraram das três esferas de governo melhorias na educação pública.
A concentração aconteceu em frente ao coreto, no Jardim Público. Alunos e professores de escolas estaduais, estudantes e professores da Unesp (Universidade Estadual Paulista), professores municipais, integrantes de movimentos sociais e populares participaram da manifestação.
A estudante universitária Janes Coelho explicou que todos os manifestantes têm um objetivo comum que é defender a educação. Ela disse que os universitários apoiam a greve dos professores estaduais, que o governo tem tentado desmobilizar. O movimento também pede a abertura de debate para discutir o PME (Plano Municipal da Educação).
No mês passado, a Prefeitura informou que o PME não passará por plenária e será enviado direto para a Câmara Municipal para ser aprovado até o dia 27 de junho. “Nós pedimos o debate com a sociedade e a permanência da meta 27”, declara Janes. A referida meta foi alvo de intensa polêmica no ano passado no município por tratar da questão da diversidade de gênero. Na esfera municipal ainda há queixas contra a falta de professores, estrutura e manutenção nas escolas.
Professora da rede municipal de ensino, Telma declara apoio a seus colegas em greve da rede estadual. Segundo ela, os grevistas estão defendendo a educação e protestando contra as salas superlotadas e a precarização do ensino. Junto a isso, entra a reivindicação para que o PME seja discutido com a comunidade e que o texto original do plano seja mantido preservando a diversidade.
Airton Moreira, professor e membro do Movimento Juntos, criticou os cortes de verbas para as universidades e institutos federais, universidades estaduais, Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) enquanto o governo socorre bancos através do pagamento das dívidas interna e externa. Segundo ele, o ato não é seletivo, o alvo não é um partido ou outro e sim quem está no poder e quem está fazendo a educação sangrar.
Áurea, professora da Unesp, falou da luta para que o governo destine 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação. A docente pediu a ampliação de vagas no ensino médio e mais investimentos porque a educação não se resume apenas à abertura de vagas, é preciso oferecer merenda, transporte e ensino de qualidade. Áurea solicitou ainda que os planos educacionais contemplem todos os brasileiros, inclusive negros e homoafetivos. A professora comentou ainda que PME não pode ser feito “nas sombras da democracia, com equipe fechada”, tem que ter a participação popular.
Do Jardim Público, os manifestantes saíram em passeata pelas ruas partindo pela Rua 4, pela Avenida 3, onde pararam em frente ao Paço Municipal e, munidos de cartazes, faixas e microfone, gritaram palavras de ordem e explicaram os motivos da mobilização. Da Avenida 3 eles seguiram até a Rua 1, onde fizeram nova manifestação em frente a antiga estação ferroviária. Por fim desceram a Avenida 1 e encerraram o ato em frente ao coreto, no Jardim Público. A manifestação e a passeata foram acompanhadas por uma viatura e quatro motos da Polícia Militar.