Valdira Guimarães Augusto
A atriz Imara Reis esteve em Rio Claro na noite de quarta-feira, quando realizou trabalho de orientação de interpretação junto à Cia. Tempero D’Alma de Artes Cênicas, no Centro Cultural “Roberto Palmari”. A atividade faz parte do Projeto Ademar Guerra, que visa acompanhar e oferecer orientação técnica e artística aos grupos de teatro do interior.
O grupo está em processo da montagem do espetáculo teatral “Máquina Hamlet”, de Heiner Müller, sob a direção de Cláudio Lopes, diretor da Tempero D’Alma. Em Rio Claro a estreia está prevista para o dia 2 de novembro e a peça também será apresentada em Garça Paulista, no dia 15 de novembro.
Premiada atriz de cinema, teatro e televisão, tendo participado de dezenas de longa-metragens e novelas como Mandala, Salomé, Os Ossos do Barão e Chiquititas, entre várias outras, Imara Reis afirma ter ficado impressionada com a apresentação da Cia. Tempero D’Alma. “Eu já conhecia este texto de Máquina Hamlet, de uma outra montagem, mas o Tempero D’Alma mostrou algo inovador e criativo. Cheguei a Rio Claro com muitas referências positivas quanto à apresentação do grupo, em uma apresentação anterior em Cotia, todos do projeto ficaram encantados. Percebi um nível muito bom de interesse e dedicação dos integrantes. E artes cênicas é a profissão que mais exige dedicação e disciplina, o que irá influenciar na vida e convívio social do ator”, pontua.
A atriz recorda que na década de 80 já esteve em Rio Claro, quando por dois meses esteve hospedada na casa do cineasta Roberto Palmari para gravar o filme “Nosotros, corazon!”. Imara Reis atuou como atriz e co-produtora do longa. “Gravamos todo o filme, mas durante o processo de produção, ele adoeceu e faleceu e o filme nunca ficou pronto. Gostaria muito de saber se alguém tem este acervo e onde está o filme”, comenta.
Atualmente Imara Reis também integra o elenco do espetáculo Ricardo III, de William Shakespeare, no qual atua como a Duquesa de York, mãe do personagem principal. Além disso é coordenadora da Escola Nacional de Teatro de Santo André.
Um dos pontos destacados pela atriz refere-se à importância de que os municípios tivessem grupos teatrais oficiais subsidiados pelas prefeituras. “A arte tem um poder de transformação e envolve diferentes maneiras, seja no palco ou na produção”, observa Imara.