Folhapress

A escritora e roteirista J.K. Rowling, 56, está sendo acusada novamente de fazer comentários transfóbicos. Neste domingo (12), a autora da franquia “Harry Potter” usou seu Twitter para criticar a linguagem utilizada em uma matéria do jornal The Times.

A notícia informa que a polícia britânica irá passar a registrar como mulheres abusadores sexuais que tenham genitália masculina, se eles se identificarem como mulheres, mesmo não tendo feito a transição de gênero legalmente.

“Guerra é paz. Liberdade é escravidão. Ignorância é força. O indivíduo de pênis que te estuprou é uma mulher”, escreveu na rede social, fazendo alusão ao livro “1984” de George Orwell. Nos comentários da publicação, fãs e internautas criticaram a escritora.

“Você literalmente criou todo um universo cheio de personagens maravilhosos, criaturas fantásticas, magia e maravilhas, mas não consegue entender que pessoas trans existem? Você decaiu muito da mulher inspiradora que escreveu Harry Potter dentro do seu carro”, disse um.

“Eu tenho dificuldade de entender como alguém pode criar um mundo onde o amor humano pode literalmente salvar as pessoas da morte, e simultaneamente abraçar esse tipo de ódio”, pontuou um segundo. “Órgãos sexuais não definem a identidade de uma pessoa. Eu desejo mais amor em sua vida!”, disse outro.

Em novembro, a escritora disse que recebeu ameaças de morte de ativistas dos direitos dos transgêneros que a acusam de transfobia. “Recebi tantas ameaças de morte que agora poderia colocá-las de papel de parede”, disse a romancista em uma série de tuítes.

Nessas mensagens, Rowling afirma que três militantes publicaram no Twitter fotos deles em frente à casa da escritora na semana passada, “posicionando-se expressamente de forma que (meu) endereço fosse visível”.

No ano passado, a autora das histórias de Harry Potter compartilhou um artigo sobre “pessoas que menstruam” no Twitter. “‘Pessoas que menstruam’. Tenho certeza que costumava haver uma palavra para essas pessoas. Alguém me ajude? Wumben? Wimpund? Woomud? (modificações propositais da palavra “Woman”, inglês para mulher)”, disse ela na ocasião.

Críticos apontaram que as visões de Rowling igualavam feminilidade à menstruação, enquanto muitos homens transsexuais menstruam, e muitas mulheres, não. Rowling disse que seus comentários não tinham o objetivo de ofender a comunidade transsexual, apenas sublinhar que “o sexo é real e tem consequências vívidas”.

“Respeito o direito de todas as pessoas transsexuais de viverem da maneira que seja autêntica e confortável para elas. Eu protestaria com vocês se vocês forem discriminados com base em serem trans”, escreveu Rowling, no Twitter. “Ao mesmo tempo, minha vida foi moldada por ser mulher. Eu não acredito que seja odioso dizer isso.”

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