Antonio Archangelo
O número de famílias atendidas pelo programa Bolsa Família, do governo federal, na região que engloba os municípios de Rio Claro, Santa Gertrudes, Cordeirópolis, Itirapina, Ipeúna, Analândia e Corumbataí, aumentou 46,99% nos últimos três anos. Os números são do Programa Brasil Sem Miséria comparados aos disponibilizados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) referentes ao ano de 2012.
De acordo com dados, aos quais o JORNAL REGIONAL teve acesso, em dezembro de 2004 eram 3.063 famílias beneficiadas, número que subiu para 5.528 em dezembro de 2012, e 8.126 em maio deste ano.
Já em 2015, de acordo com informações do Programa Brasil Sem Miséria, Rio Claro detinha 3.328 famílias beneficiadas; Analândia – 129; Cordeirópolis – 1.058; Corumbataí – 375; Ipeúna – 504; Itirapina -1.098; e Santa Gertrudes 1.634 famílias beneficiadas pelo programa federal.
RIO CLARO
De acordo com os dados federais, são 12.017 famílias registradas no Cadastro Único, sendo 3.328 famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família (6,11% da população do município). De junho de 2011 a março de 2015, o município inscreveu no Cadastro Único e incluiu no programa 646 famílias que estavam em situação de extrema pobreza. Em maio de 2015, a cidade tinha 3.328 famílias no Programa Bolsa Família. Isso representa 76,49% do total estimado de famílias do município com perfil de renda no programa. Foram transferidos, naquele mês, R$ 491.880,00.
Em 2014, a soma de recursos transferidos pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC) e pelo Bolsa Família (R$ 27.381.266,46) representou 64,58% do valor transferido pelo Fundo de Participação dos Municípios (FPM) (R$ 42.401.922,06). De 2004 a 2014, a soma de recursos transferidos pelo Programa Bolsa Família teve aumento de 600,29%.
SANTA GERTRUDES
No município são 1.634 famílias registradas no Cadastro Único, sendo 364 famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família (5,36% da população do município). Em 2014, a soma de recursos transferidos pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC) e pelo Bolsa Família (R$ 2.826.443,58) representava 23,73 % do valor transferido pelo Fundo de Participação dos Municípios (FPM) (R$ 11.911.766,85). De 2004 a 2014, a soma de recursos transferidos pelo programa teve aumento de 816,10%.
CORDEIRÓPOLIS
Na cidade de Cordeirópolis são 1.058 famílias registradas no Cadastro Único, destas, 403 famílias são beneficiárias do programa, o que corresponde a 6,49% da população do município. De 2004 a 2014, a soma de recursos transferidos pelo programa Bolsa Família teve aumento de 602,24%.
ITIRAPINA
No município são 1.098 famílias registradas no Cadastro Único, sendo 456 famílias beneficiárias do programa Bolsa Família (9,30% da população do município). De 2004 a 2014, a soma de recursos transferidos pelo Bolsa Família teve aumento de 891,86%.
CORUMBATAÍ,
ANALÂNDIA e IPEÚNA
Em Corumbataí, são 130 famílias atendidas. De 2004 a 2014, a soma de recursos transferidos pelo programa Bolsa Família teve aumento de 1.212,37%.
Em Analândia, de 2004 a 2014, a soma de recursos transferidos pelo programa Bolsa Família teve aumento de 407,33%, atendendo, atualmente, 129 famílias.
Já Ipeúna, de 2004 a 2014, a soma de recursos transferidos pelo programa teve aumento de 600,07%, atendendo 142 famílias na atualidade.
AIRTON MOREIRA
Para o sociólogo, “medidas de redistribuição de renda (como o Bolsa Família) são importantes e urgentes no Brasil, nada menos que um dos países mais desiguais do mundo. Muitos dos nossos problemas sociais e políticos são fruto dessa desigualdade. Contudo, a redistribuição de renda como acesso ao consumo não basta.”
LEONARDO TERRA
Para o professor universitário, o Bolsa Família tem um objetivo nobre e defensável, mas um formato ruim. A contrapartida econômica exigida pelo programa não é eficiente no que tange a tirar os beneficiários da condição de dependência do programa, visto que não demanda à qualificação e ao desenvolvimento dos responsáveis pelo núcleos familiares atendidos e promove desincentivo à produção para famílias que vivem em sua fronteira.
Cada R$ 1 investido restitui R$ 1,78 ao PIB, diz ministério
O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome é enfático: cada R$ 1 investido no programa gera um retorno de R$ 1,78 para o PIB e amplia o consumo das famílias em R$ 2,40.
Em contato com o JORNAL REGIONAL, a pasta cita que “as pessoas deixam o benefício quando conseguem melhorar de renda, ou seja, quando atingem uma renda acima do permitido pelo programa”.
“Em 12 anos do Bolsa Família, 3,1 milhões de famílias beneficiárias de todo o país já deixaram o programa por meio do desligamento voluntário ou por terem superado a pobreza e conquistado renda maior”, elenca o ministério em nota oficial. Ainda, para o governo federal, “o Bolsa Família é reconhecido internacionalmente por ser um dos mais bem focalizados programas de transferência de renda do mundo. Ele vem direcionando suas principais ações às famílias pobres e extremamente pobres, tendo como seu maior foco as crianças e os adolescentes desses segmentos, parcela da população que sempre foi a mais afetada e que apresentava altos índices de miséria na faixa etária entre 0 e 15 anos”, conclui.
Mesmo com aumento de recursos, governo petista teve queda de votos
Vários comentários e análises consideram o Bolsa Família como uma ferramenta primordial para a reeleição do governo Dilma/Lula. Nas cidades da região, porém, tal afirmação não pode ser endossada. Análise realizada pelo JORNAL REGIONAL aponta que, mesmo com aumento nos recursos para o programa social, o número de votos da dupla caiu de 2002 para 2014.
Entre 2004 e 2015, o município que registrou maior aumento no valor da soma de todos os benefício do programa foi Corumbataí, com aumento de 1.212,37% no período. Ao mesmo tempo, se em 2002 Lula (PT) obteve 41,88% dos votos válidos, no segundo turno, na cidade, ano passado, Dilma Rousseff (PT) registrou 20,03% dos votos válidos no segundo turno.
Veja a tabela abaixo: