BRUNO LEE- (FOLHAPRESS) –

Quem aprova a gestão de Jair Bolsonaro (sem partido) está mais otimista em relação ao futuro da economia. Já aqueles que avaliam o governo como ruim ou péssimo têm mais medo de contrair o novo coronavírus.
Essas são algumas das opiniões desses dois grupos em questões-chave, de acordo com pesquisa Datafolha realizada no começo deste mês. O levantamento mostrou que a aprovação do chefe do Executivo chegou ao maior patamar (37% de ótimo ou bom) desde o começo do governo.
Entre bolsonaristas, 43% dizem acreditar que a situação econômica do país vai melhorar, mais que o dobro do grupo oposto (17%). Na média da população, o índice é de 29%.
Em relação aos demais Poderes, a rejeição ao STF (Supremo Tribunal Federal) é maior entre quem aprova Bolsonaro (41% de ruim ou péssimo, contra 29% na média dos entrevistados e 27% entre quem reprova o presidente). Nos últimos meses, a corte impôs derrotas ao governo e foi alvo de atos, com a participação do presidente, que pediam o seu fechamento.
De acordo com Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, “existe uma adesão ao que o presidente comunica entre os seus apoiadores”. “Isso fica muito nítido na pesquisa”, diz.
Com o Congresso, ocorre o oposto: o Legislativo é mais mal avaliado (42% de ruim ou péssimo) pelos antibolsonaristas. Na média da população, esse índica alcança 37%.
A diferença entre apoiadores e detratores aparece com mais força nas perguntas sobre a pandemia, minimizada desde o início por Bolsonaro.
Entre quem reprova a gestão, 56% afirmam ter muito medo de ser infectado, contra 32% entre bolsonaristas.
Ainda no primeiro grupo, 74% acreditam que os brasileiros estão menos preocupados do que deveriam com o vírus, ante 49% entre quem aprova o presidente. O país superou a marca de 115 mil mortos e tem mais de 3,6 milhões de infectados pela doença.
Outra faceta do otimismo dos apoiadores do chefe do Executivo aparece quando o tema é vacina: 35% dizem que a imunização estará disponível para os brasileiros ainda neste ano. O índice é mais que o dobro do aferido entre quem avalia a administração como ruim ou péssima (16%) e também supera o número da média da população (25%).

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