Murillo Pompermayer
O javaporco costuma causar prejuízos a agricultores, uma vez que pode destruir plantações com relativa frequência. E, além de tudo, pode trazer consequências ao meio ambiente. “O javaporco é a mistura do javali com o porco doméstico”, explica Felipe Pedrosa, que integra o Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Biodiversidade da Unesp (Universidade Estadual Paulista) Rio Claro, e realiza doutorado em Ecologia e Biodiversidade.
Em sua tese, procura entender as consequências ecológicas da invasão do javaporco nos ecossistemas naturais e, especificamente, o efeito sobre a regeneração das plantas, e também o efeito sobre outros mamíferos, tais como cutias, pacas, queixadas, catetos, veados, antas, entre outros. De acordo com Pedrosa, os javaporcos estão amplamente distribuídos em Rio Claro e região – Santa Gertrudes, Iracemápolis, Piracicaba e Limeira. “O avistamento desses animais na área rural é frequente”, assevera o estudante.
EFEITOS NA BIODIVERSIDADE
Felipe Pedrosa assevera que eles podem ter um efeito positivo, uma vez que consomem frutos de árvores nativas e dispersam as sementes. Ele explica que, por outro lado, se essas sementes forem de plantas exóticas e invasoras, estão ajudando a degradar ambientes naturais. Pedrosa salienta que os javaporcos alteram o período de atividade dos porcos nativos – catetos e queixadas –, mas ainda não se tem evidência de que isso seja prejudicial aos porcos nativos.
Já efeitos deletérios para a biodiversidade, conforme o universitário, ocorrem quando a população desses animais é alta, inclusive onde a espécie é nativa – javalis da Europa e Ásia.
“Portanto, se as populações desses animais forem mantidas em baixas densidades, eles não trarão prejuízos à biodiversidade. Para que isso se concretize, são necessárias ações de controle permanentes, como a prevista na IN03/2013 do Ibama, que autoriza a caça para fins de controle populacional da espécie”, expõe.
Acrescenta que existem evidências que mostram que a caça do javaporco contribui para a conservação de outras espécies de mamíferos e aves.
RISCOS
O estudante diz que podem ser nocivos às plantações, gerando prejuízos a produtores rurais. Quanto a ataques a pessoas e animais, o estudante pondera que, em geral, fogem ao ouvirem ou sentirem nossa presença ou a presença de cachorros, por exemplo. No entanto, se acuados, podem atacar.