Um crime bárbaro chocou a cidade de Rio Claro na tarde do último sábado (18). Uma cachorra da raça Akita foi brutalmente morta por seu tutor no bairro Vila Operária. Pandora teve suas patas quebradas, pescoço cortado e seu corpo carbonizado.
Segundo consta no boletim de ocorrência, a Patrulha Animal da GCM de Rio Claro, ao chegar no local, deparou-se com os bombeiros controlando o fogo em um colchão no quintal da residência e o animal já morto no local, completamente carbonizado.
Os agentes de segurança então questionaram o proprietário do imóvel, e o mesmo relatou que estava no quintal quando sua cachorra começou a perturbá-lo, pois não parava de pular em sua perna. Por isso, “a segurou bruscamente para desferir golpes com um pedaço de madeira na cabeça, mas como ela tentava se defender com as patas, acabou quebrando-as. Em seguida, aproveitando um colchão velho que estava jogado ali, a colocou ainda com vida e ateou fogo”.
O homem, que atua como ajudante de pedreiro e tem 49 anos, foi encaminhado ao plantão policial e recebeu voz de prisão em flagrante pela prática de abuso a animais, Art. 32 da Lei 9.605/98, com pena aumentada de um sexto a um terço no caso de morte do animal.
Segundo averiguado pelo JC, o indiciado passou por audiência de custódia e sua prisão foi convertida em preventiva.
OCORRÊNCIA
O GCM Maurício, membro da Patrulha Animal da GCM, atendeu a ocorrência e relatou ao JC o que ouviu do acusado pelo crime. “O cidadão relatou que a cachorra era muito desobediente e ficava pulando em seu colo. Relatou ainda que, primeiramente, botou fogo na cachorra e a queimou parcialmente. Depois disso, ele ficou bravo com a Pandora e passou a bater com um pedaço de madeira até quebrar as patas”, disse o GCM.
Consternado com a situação, o agente de segurança disse ainda que, em 28 anos de profissão, nunca havia se deparado com um caso envolvendo tamanha maldade. “Vale ressaltar que os vizinhos informaram que ouviram o choro da cachorra, que Pandora chorava desesperadamente, porém a GCM não foi acionada”, comentou Maurício.
CAUSA ANIMAL
Fortemente atuantes na proteção dos animais no município, voluntárias de diferentes instituições estiveram na porta do plantão policial no último domingo (19) para pressionar as autoridades diante da situação.
Fabíola Custódio, da ONG Amigo do Canil RC, publicou nas redes sociais vídeos relatando o caso e pedindo medidas urgentes. A ativista também falou com o JC sobre o caso. “Nós estamos acompanhando este caso de perto, não iremos dar sossego, queremos que a justiça seja feita. Não podemos tolerar tanta maldade e crueldade com os animais. Ela não teve chance alguma, é uma tristeza muito grande”, relatou.
Também nas redes sociais, Gisele Pfiffer, que atua como protetora e é membro da Comissão de Direito dos Animais da OAB de Rio Claro, falou sobre o caso e reforçou que a instituição estará cuidando de perto de toda a situação.
“Por hora, ele ficará preso. Temos informações de que o responsável por este crime possuí antecedentes e passagens por violência doméstica contra mulher, provavelmente isso contribuiu para que ele ficasse detido”, disse Pfiffer.