Dando sequência à série de entrevistas com os vereadores da Câmara Municipal quanto ao último ano de mandato, a Farol JC entrevistou a vereadora Carol Gomes (Podemos). A parlamentar falou sobre sua atuação na Casa de Leis, a breve passagem pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, a mudança de partido e reforçou apoio ao prefeito Gustavo Perissinotto (PSD), bem como criticou o vice-prefeito Rogério Guedes (PL). Confira alguns trechos a seguir e a entrevista completa no vídeo.

Como avalia esse último ano do segundo mandato?

O principal desafio foi ser a única mulher vereadora da Câmara, ao mesmo tempo um grande aprendizado. Eu pouco pautava, no mandato passado, projetos relacionados às mulheres. Neste, por ser a única representante feminina, eu emergi mais no universo feminino e conheci mais as questões das mulheres. Foram imensos projetos de lei, um deles, principalmente é o que coloca a mulher vítima de violência doméstica como prioridade para arrumar emprego, quebrando o ciclo e pode se autossustentar.

O Buracômetro, lançado pela senhora, gerou polêmica. Como avaliou?

Quando vem algo novo sempre tem um medo de ambas as partes. Chamamos o prefeito para conversar e falei que não era um projeto de oposição, mas para ser algo a ajudar a administração. Foi um aliado ao Executivo.

Como foi a experiência como secretária do Desenvolvimento Social?

O convite chegou graças aos projetos que já faço muito antes de ser vereadora. Minha pauta sempre foi voltada ao social. Tinha muita vontade de realizar projetos e vi uma oportunidade. Tinha tudo para dar errado, eram 3 meses e meio. Eu queria mostrar que é necessário fazer o social dando mais humanidade, ouvindo o funcionalismo público, as OSCs, foi o que eu fiz e deu muito certo. Hoje colhemos os frutos de 7 inaugurações na minha gestão.

De que forma resolver a problema com pessoas em situação de rua?

Foi nosso principal trabalho. Tem um projeto chamado ‘A Esmola acaba onde o Direito começa’, fizemos reunião com comerciantes da área central e um panfleto. Ao invés de dar a esmola, você oferece toda oportunidade para aquela pessoa com a casa de passagem, ou Bom Prato, ou o Seas. Esses três serviços caem na rede, que dá respaldo. Antes tínhamos apenas 4 servidores para abordar essas pessoas, hoje temos de 14 a 16. As pessoas que vêm de fora, conversamos, entramos em contato com a outra cidade, a família. Se ela quer ficar em Rio Claro, acolhemos. Uma coisa que acontece aqui é higienização social. Começamos a anotar todas as cidades e entramos com ação no Ministério Público contra os prefeitos.

O que motivou sair do Cidadania e ir para o Podemos?

O Cidadania morreu. Sou muito grata ao deputado Arnaldo Jardim e ao partido, sempre tive muito respaldo, um respaldo que eu nunca tive no PSDB. Nunca fui muito ligada a partidos, quis fazer isso no PSDB e me frustrei. Via rivalidade entre mulheres dentro do próprio PSDB e não encontrei isso no Cidadania. O Podemos é um partido de centro-direita, economicamente falando, e tem mais a minha cara. Encontrei também muito respaldo em âmbito municipal pelo Emílio Cerri e âmbito estadual e nacional da Renata Abreu.

Como avalia a gestão do prefeito Gustavo?

Tivemos um começo muito difícil. Saí muito machucada do Governo Juninho. (…) mas o Gustavo nunca me decepcionou, nunca deixou de cumprir uma promessa que ele fez a mim. Vai ser difícil a gente ter um prefeito tão bom quanto ele, é uma pessoa que está querendo fazer o melhor para Rio Claro. Eu não gostei da ciclovia na Visconde, mas talvez seja útil para alguém que ande de bicicleta. A obra de contenção de enchente é incrível. O aeroporto, que ajudei a articular junto com Geraldo Alckmin, é incrível também. [Gustavo] está transformando a nossa cidade naquela que a gente sempre sonhou.

Em 2020 você apoiou Rogério Guedes como pré-candidato do PSDB. O que mudou?

Foi Deus. Jesus fez um livramento na minha vida. Foi um rompimento com o PSDB, estava tudo certo para ele ser candidato. O João Doria disse que não aceitaria um ‘forasteiro’ dentro do PSDB. Foi uma articulação aqui debaixo que falaram com o então governador. E graças a Deus foi um livramento. O Rogério se mostra uma pessoa sem palavra, ele muda de opinião, diz que vai fazer e não cumpre. Para ser prefeito você precisa de um preparo. Vamos supor se Rogério vence a eleição, ele vai continuar os trabalhos do Gustavo que tanto criticava? Ou ele vai travar tudo?

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