Wagner Gonçalves
O caso de Fabiane Maria de Jesus, que foi linchada por ter sido confundida com uma sequestradora, já começa a ser solucionado. Um suspeito prestou depoimento e a polícia busca outros cinco envolvidos que aparecem nas imagens da agressão.
Para o advogado José Carlos de Carvalho Carneiro, este pode ser considerado um ato de barbárie que se reverte em malefício, pois pode tornar-se um exemplo negativo repetido pelas pessoas. “Um malefício que se desenvolve em cadeia, prejudicando a democracia”, ressalta.
De acordo com o advogado, existem aparatos legais para se promover a justiça, entre os quais ele cita a Constituição da República, o Código Penal, o Poder Judiciário, juízes criminais e o próprio Ministério Público. Ele diz que “não é preciso que os cidadãos façam com as próprias mãos”, destacando que o certo a se fazer é encaminhar os problemas aos responsáveis em executar tais providências.
Boatos pela internet
“Com o avanço da tecnologia, e o acesso à internet popularizado, tem crescido o hábito de se expor a opinião, principalmente por meio das redes sociais. A partir delas, os internautas conseguem se posicionar criticamente diante de diversos temas. Um avanço significativo e um hábito que deve continuar”, conforme diz.
Para ele, no entanto, é preciso que haja providências para punir quando há delitos. “O direito da livre manifestação deve continuar, porém é preciso exercê-la sempre respeitando a integridade das pessoas”, destacou.
Recentemente a presidente da República aprovou um projeto que propõe providências para garantir a segurança e integridade moral dos usuários da internet. Carneiro classifica como um marco, sendo este um grande passo para melhorias aos internautas.
Relembre o caso
No último sábado (3), o caso de Fabiane Maria de Jesus repercutiu após um vídeo ser divulgado. Nele, pessoas a agrediram até a morte. De acordo com testemunhas, o linchamento teria sido justificado por Fabiane ter sido identificada como uma sequestradora de crianças, cujo retrato falado vinha sendo compartilhado nas redes sociais. Comentários de indignação sobre o caso vêm circulando nas páginas do Facebook, em solidariedade ao caso.