Ramon Rossi
“Fico muito triste quando vejo isso, afinal, cuidar do meio ambiente não é só preservar a natureza, mas também se preocupar com o lugar onde vivemos”. O desabafo é do secretário municipal de Serviços Públicos de Araras, Beto Cabrini, ao conversar com a nossa reportagem nesta manhã. É que as principais ruas do Centro e algumas avenidas com maior fluxo de veículos – mesmo na quarentena – amanheceram tomadas por lixo e entulho. O fato é curioso, pois, segundo ele, as equipes estiveram no local horas antes. Ou seja, o descarte do material foi feito na calada da noite.
Diante do problema, que causou mau cheiro e até interdição nas vias, obrigando pedestres e motoristas desviarem das rotas, a Prefeitura teve que deslocar várias equipes, num total de 40 pessoas, que, ao invés de estarem cumprindo o cronograma estabelecido de limpeza pública, tiveram que refazer o serviço, que havia sido feito um dia antes.
“A população tem que entender que isso não me prejudica, muito menos ao prefeito, e sim toda a população da cidade, principalmente em tempos de coronavírus. Outra questão que eles precisam se dar conta é em relação à dengue. Manter a cidade limpa é um compromisso do poder público e do cidadão”, ressaltou Cabrini.
Mais de 700 casos de dengue
Araras registra 704 casos positivos de dengue este ano. O número já ultrapassou o total contabilizado em 2019, quando foram registrados 653 casos.
De acordo com balanço do Setor de Controles de Endemias, entre os casos positivos deste ano, 693 são autóctones (contraídos no município) e 11 importados. Desde o início de 2020, há também 261 casos que já foram negativados. Até esta quarta-feira (20), 55 pacientes aguardavam resultado de exames para diagnóstico.
O Jardim São João e o Jardim Cândida são os bairros que mais concentram confirmações, com 92 e 52 casos, respectivamente. As equipes de Controle de Endemias realizaram arrastões nos dois bairros e também em outras localidades que registram casos positivos, como a região do Jardim Belvedere. Durante a ação, os agentes recolhem objetos que podem acumular água e servir como criadouro do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da chikungunya e do zika vírus.
Nesta semana está acontecendo bloqueios em todas as regiões atingidas. A atividade, além de eliminar possíveis criadouros do inseto, também envolve a busca ativa por pessoas que possam estar com sintomas suspeitos, por exemplo, febre, dor no corpo, que viajaram no período de 15 dias ou receberam visita de moradores de outra cidade.