Adriel Arvolea
Ele nasceu num lar cristão e, desde criança, já cantava solo e em grupos da igreja. Os olhos brilhavam quando via outras pessoas cantando e a paixão pela música foi crescendo cada vez mais. Hoje, aos 19 anos, Kaíque Pereira destaca-se no cenário musical com sua voz de barítono, que se encontra entre as extensões vocais baixo e tenor.
Por sua origem familiar e religiosa, sempre escutou música gospel. Ron Kenoly fez parte da sua infância. Também, inspira-se nas interpretações de Thomas Hampson, Dmitri Hvorostovsky, Thiago Arancam, dentre vários. Mas as vozes agudas femininas são suas preferidas, como Maria Aleida, Diana Damrau, Sabine Devieilhe, a brasileira Carla Maffiolletti e Jessye Norman.
Tendo como referências esses nomes, estabeleceu uma base sólida para aprimorar o próprio talento. Em sua trajetória profissional e artística, tem se destacado em apresentações marcadas pela qualidade vocal, expressão corporal e entrega artística. A cada trabalho uma realização, um sentimento diferente, uma nova descoberta para a vida.
Atualmente, Pereira participa de apresentações dos corais ‘Encanto Jovem’, da Guarda Mirim de Rio Claro, e ‘O Mensageiro’. Dos espetáculos de que já participou, um o marcou em especial. “No ano de 2015, fui solista na Missa Pastoril, de José Maurício Garcia. Fui pego de surpresa, ainda me sentia despreparado. Mas estudei, me empenhei e tudo correu muito bem. Lembro e guardo com carinho esse concerto”, comenta o barítono.
No entanto, o divisor de águas em sua carreira foi o primeiro musical que protagonizou: Grease. Com direção e regência da professora de canto e maestrina Grazielle Tinós, o espetáculo baseado no musical original de 1971 contou com a participação dos adolescentes integrantes do coral da Guarda Mirim que cantaram, dançaram e atuaram na produção. A montagem foi apresentada inicialmente em maio de 2017, no Centro Cultural Roberto Palmari, e reapresentada em setembro, no Casarão da Cultura.
“Esse musical exigiu muito empenho e dedicação. Lembro-me de cada momento de estudo, de cada ensaio aos domingos com o coro; não foi fácil! Mas, na apoteose da última apresentação, que é o momento em que recebemos o calor e os aplausos do público, tive a sensação de dever cumprido, de que todo o esforço valeu a pena e que há muito mais por vir, que eu estou apenas começando. Agradeço à Guarda Mirim por essa oportunidade e a Grazielle Tinós por ter acreditado, investido e visto potencial em mim”, orgulha-se.
Mesmo com talento, fé em Deus e o perfeccionismo de um convicto virginiano, o barítono reconhece os desafios e as dificuldades da carreira. Porém, pautado em suas convicções e qualidades, segue acreditando na música. “O desafio maior é mostrar ser capaz. Neste meio, ganhar espaço não é fácil. Existem pessoas com muito mais experiência e é necessário mostrar potencial, capacidade pra chegar aonde se quer chegar”, avalia.
Kaíque Israel da Silva Pereira, ou apenas Kaíque Pereira, é outro jovem talento de Rio Claro que alça voos maiores. Um nome que está sendo construído devagar, mas que já esboça força e determinação. “Meu objetivo é cantar a vida inteira. Aqui, do outro lado do mundo, não importa onde e como. É gratificante olhar para as pessoas enquanto canto e ver o brilho nos olhos de cada uma. Colocar sentimento em cada nota da música e passar esse sentimento para o público não é fácil, mas resulta num forte abraço após cada apresentação”, conclui.
Espetáculos
Iniciou seus estudos no ano 2014, quando ingressou no ‘Coral Encanto Jovem’ da Guarda Mirim de Rio Claro, onde participou de diversas apresentações, inicialmente sendo instruído pela maestrina e soprano Grazielle Tinós. Logo mais, em meados do mesmo ano, entrou no Coral Lírico ‘O Mensageiro’, com a maestria de Daniel Pedroso, já de início participando do coro na Ópera ‘Suor Angelica’, de Giacomo Puccini. No fim do corrente ano, apresentou o oratório ‘O Messias’, de Handel, com a Orquestra Sinfônica de Rio Claro. E iniciando o ano de 2015, o Coral Municipal e a Orquestra Sinfônica de Rio Claro produziram a cantata ‘Maior Amor’, de John W. Peterson, em que atuou como solista.
Ainda com participação no Coral Lírico, fez parte do ‘Tributo a Zequinha de Abreu’, com arranjos do maestro Daniel Pedroso. Sob a regência do maestro Marcelo Santos, atuou como solista na ‘Missa Pastoril’, de José Maurício Garcia. Protagonizou o musical ‘Os Saltimbancos’ com o Coral Infantil do CAIC, uma extensão do Coral Lírico ‘O Mensageiro’. Com participação em apresentações de ópera, interpretou músicas de ‘O Barbeiro de Sevilha’, como ‘Fígaro’. Atuou, também, em obras como ‘Réquiem de Mozart’ e ‘Réquiem de Fauré’.