Carine Corrêa
Tenente Catelani está à frente do 2º Subgrupamento de Bombeiros de Rio Claro. Natural de Rio Claro, ele ingressou na carreira militar em 1997, inicialmente na PM. A formação na Academia de Polícia Militar do Barro Branco ocorreu em 2003. Catelani atuou como policial por dois anos na capital paulista.
O atual tenente também exerceu em 2005 atividades como policial no 37º Batalhão da Polícia Militar de Rio Claro. Em 2009 iniciou na carreira de bombeiro, a qual sempre almejou. Desde então, soma em seu currículo a atuação no comando do quartel em Itu, e há dois anos atua na mesma função no posto de Rio Claro.
Entrevistado para o Café JC, ele fala sobre as ocorrências de incêndio na Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade (FEENA), entre outros trabalhos desenvolvidos pela corporação.
Jornal Cidade – Qual é o trabalho específico realizado pelo Corpo de Bombeiros na comunidade?
Tenente Catelani – Atuamos em salvamentos, incêndios, resgates e buscas. O salvamento é quando ocorre grave acidente na pista e uma viatura precisa retirar vítimas das ferragens, por exemplo. Nas ocorrências envolvendo resgates, fazemos o atendimento de traumas, principalmente acidentes de trânsito. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) faz o atendimento de casos clínicos. Quando a pessoa aciona a viatura, nossa equipe está preparada para fazer a triagem e direcionar a população para sua necessidade.
JC – A estrutura disponível hoje no Posto dos Bombeiros de Rio Claro é suficiente para atender as ocorrências?
TC – Hoje no Corpo de Bombeiros contamos com uma boa estrutura em relação a viaturas, equipamentos e efetivo. Isso é graças à prefeitura, que nos dá um grande apoio. De modo geral é suficiente para atender à demanda atual. Visto que existe o apoio do SAMU e da Defesa Civil.
JC – Qual a média de ocorrências de incêndio em Rio Claro? Durante o período de estiagem, qual o aumento aproximado?
TC – Durante esse período aumenta e muito esse tipo de ocorrência, principalmente incêndios em vegetação. O aumento é significativo, em torno de 50%. Em época de chuva é muito baixa a ocorrência em vegetação. Em residências e indústrias o percentual permanece o mesmo e são provocados por outros fatores, como problemas na fiação elétrica ou até mesmo uma vela acesa.
JC – Um dos fatores apontados como principal causa das ocorrências de incêndio na FEENA seria a falta de manutenção nos aceiros. Como esse assunto é trabalhado com a gestão da floresta?
TC – O aceiro – caminho de terra – evita que o fogo se espalhe de um talhão para o outro. A manutenção dos aceiros poderia contribuir para os trabalhos dos Bombeiros. Fazemos reuniões quase que mensais para trocar informações e dar orientações. Porém, o pessoal que faz o uso da floresta tem que se conscientizar e não atear fogo, não causar princípios de incêndio.
(Subtenente Carmo) – Há também o Plano de Auxílio Mútuo, pelo qual podemos acionar brigadistas de empresas para nos auxiliar .
JC – Recentemente, houve a criação do Grupo de Combate a Incêndios Florestais da FEENA. Qual tem sido a participação da corporação na elaboração do Plano de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais?
TC – São as reuniões mensais. Não tivemos experiência in loco para dizer se vai funcionar ou não. Mas estão sendo realizadas reuniões e estão previstas táticas para o combate aos incêndios na floresta. Uma estratégia adotada com a participação de diferentes entidades. Quando acontece o incêndio, são acionados Bombeiros e Defesa Civil. Uma medida que deve dar certo. A quantidade de incêndios no ano passado foi atípica, em virtude de alterações climáticas que foram anormais. Faço parte da Defesa Civil Estadual como adjunto. Participo em reuniões na casa militar com o secretário do Governo e no último encontro foi divulgado que este ano será diferenciado. Teremos no período de estiagem um pouco mais de chuva em relação ao ano passado.